Um grupo de manifestantes marcou presença, esta segunda-feira, junto à Quinta Vigia, para protestar contra a anunciada construção do teleférico do Curral das Freiras. Em causa está o que consideram ser “a destruição da natureza” e admitem lutar até às “últimas consequências”.

“Temos aqui um turismo de qualidade e quem vem para cá pela pela nossa natureza e não para ver betão, pois já existe destruição suficiente”, considera Teresa Silva, do grupo Guardiões da Laurissilva, que promoveu esta manifestação. “Achamos que vai destruir a paisagem”, acrescenta, lembrando que já escutou a seguinte pergunta da parte de um cidadão estrangeiro residente na Madeira: “Ele perguntava: “então, mas querem fazer da Madeira uma Disneyland Paris?””.

Teresa Silva diz que ficaram perguntas por responder na Assembleia Legislativa da Madeira, nomeadamente por parte do secretário regional de Economia, Rui Barreto. “Estão várias perguntas em aberto: Quanto é que vai custar esse projecto ao erário público? Quais são as fontes de financiamento? Vêm dos fundos comunitários europeus? Quem são os promotores do projecto? Qual a razão para não ter sido realizado um estudo de impacte ambiental exigido de acordo com o local em que será feita a intervenção?”.

Liliana Valente, outra das manifestantes, também deixa o seu desagrado: “Sabemos que custa 35 milhões de euros, mas não sabemos quem são os empresários. O que sabemos é que 3,4 milhões de euros serão já do Orçamento da Região deste ano dedicado a este teleférico. Estamos a viver uma situação económica muito grave na Madeira e temos um Governo Regional que só pensa em gastar dinheiro em betão”.