Desporto

Líder da SIGA pede "coragem política" para combater corrupção no desporto

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O presidente executivo da Sport Integrity Global Aliance (SIGA), Emanuel Macedo de Medeiros, pediu esta quinta-feira "coragem política" aos governos e às organizações internacionais para combater a corrupção no desporto.

"Falar sobre anticorrupção é um tema difícil, por sabemos que existe, mas os que beneficiam dela não querem que se fale disto, querem manter o lado 'negro' no escuro. Mas não é a esconder os problemas que eles desaparecem, pelo contrário, agravam-se", lançou o português durante uma sessão especial da SIGA sobre "Liderança Global e Anticorrupção no Desporto", que decorreu 'online' através da rede social LinkedIn.

Macedo de Medeiros, que destacou que hoje se assinala o dia mundial anticorrupção, criticou os tímidos avanços nos últimos anos nesta matéria, realçando que "o desporto está a lidar com uma crise exponencial de corrupção à escala global", e que "os problemas estão identificados", pelo que é necessário implementar medidas urgentes para travá-la.

"As reformas que já deviam ter sido feitas no plano do desporto, não avançam. Sabemos quais são as áreas vulneráveis, e quanto mais tempo passar, pior. O que é preciso para assumirem a responsabilidade, a quantos mais escândalos temos de assistir?", questionou.

O líder da SIGA apontou para a importância do uso de sociedades 'offshore' para escapar aos controlos legais impostos pelas autoridades nos negócios do mundo desportivo, considerando que chegou a hora de dizer "basta".

E acrescentou: "Estão a brincar connosco. A raiz do problema mantém-se: falta coragem política. É o que facilita a corrupção e outras práticas nocivas no desporto".

Macedo de Medeiros defendeu a criação de uma 'independent clearing house' [entidade independente] responsável por avalizar todas as transações no desporto.

As transferências de atletas, as comissões de agentes e os investimentos na compra de clubes são os três alvos principais desta proposta.

"É aqui que reside o problema e tem que ser resolvido. Como cidadãos, e sociedade civil, merecemos resultados tangíveis e mais rápidos", rematou.