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Governador de Barinas demite-se após suspensão de apuramento de resultados eleitorais

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Argenis Chávez, governador do Estado venezuelano de Barinas, anunciou hoje a sua demissão "irrevogável", depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) suspender o apuramento dos resultados eleitorais locais e convocar novas eleições.

O anúncio da demissão de Argenis Chávez, irmão do falecido presidente Hugo Chávez, foi feito numa conferência de imprensa um dia depois de o CNE suspender o apuramento de resultados, confirmação e proclamação do novo governador, eleito em 21 de novembro, e de convocar novas eleições para 09 de janeiro.

Segundo a imprensa venezuelana, Argenis Chavez obteve 37,21% dos votos e o candidato opositor Freddy Superlano foi eleito com 37,60%, mas o CNE suspendeu segunda-feira, por ordem do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o apuramento dos resultados, na sequência de um recurso de impugnação apresentado pelo também candidato Adolfo Román Superlano.

Na disputa no Estado de onde é natural o ex-presidente Hugo Chávez, o queixoso alega que o candidato mais votado está impedido legalmente de exercer qualquer cargo público.

Hoje, numa conferência de imprensa, Freddy Superlano acusou o STJ de "estar a deslegitimar o CNE" e de "dar um golpe constitucional ao Estado de Barinas, às instituições e ao que representa o voto" dos venezuelanos e convocou, para sábado, uma marcha de protesto contra a decisão do STJ.

A imprensa venezuelana refere que Freddy Superlano estava impedido de exercer funções públicas, mas que foi previamente admitido pelo CNE, com base no diálogo entre o Governo e a oposição.

Para Superlano, a decisão do STJ "é uma demonstração da pouca vontade de reconstruir um caminho eleitoral para saída da crise política, social e económica que vivemos".

No sábado a organização não-governamental (ONG) Voto Jovem expressou preocupação pela demora do CNE em anunciar os votos de Barinas e instou aquele organismo a dar prioridade à divulgação dos resultados eleitorais.

Em 21 de novembro, os venezuelanos foram às urnas para eleger as autoridades que nos próximos quatro anos vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que vão exercer funções em 335 municípios do país.

O PSUV (partido do Governo) ganhou 19 dos 24 estados (incluindo o Distrito Capital) do país, nas eleições regionais e municipais, segundo dados divulgados pelo CNE.