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O apagão

Foi tão repentino e tão global que fomos apanhados desprevenidos e sem saber como agir no imediato

Obrigado ao dono do facebook pelo apagão…eu sei…pode parecer estranho, mas, foi tão bom voltar a sentir que existe vida para além das redes sociais, que existem outras formas de comunicar, de interagir, de estar sem ser digitalmente! SIM, é possível estarmos próximos de outras formas e talvez até mais próximos. Que saudades! Sei que foi sol de pouca dura e mesmo assim foi tão bom parar!

Foi tão repentino e tão global que fomos apanhados desprevenidos e sem saber como agir no imediato.

Aliás, há quase dois anos fomos, também, obrigados a parar, diria mesmo que petrificamos. Nessa altura teve início outro apagão, uma pandemia também de dimensão mundial, que fez parar o mundo inteiro, a uma escala que nem no melhor filme de ficção se sonharia ser possível. Um apagão com repercussões nunca vistas ao nível da saúde pública, da economia, social e emocional.

Vivemos dois exemplos à escala planetária num tão curto espaço de tempo e acontece tudo a uma escala tão global e de uma forma tão rápida que desnuda toda a nossa fragilidade e o quão efémeros somos.

Mas há mais, talvez ainda não tão visível (ou talvez até sim!), as tão faladas mudanças climáticas que já estão a ocorrer.

Vem aí mais um apagão que nos vai (e já está!) afetar no ar que respiramos, nos alimentos que consumimos, nas temperaturas, no aumento das catástrofes ambientais…está transformando o que somos, o que temos e quem somos hoje.

Ainda há dois séculos para que o Rei fizesse chegar as suas decisões demorava uma “eternidade”; há 20 anos atrás, para combinar um café com os amigos, fazíamos com uma semana de antecedência e nada falhava.

Mas tudo mudou. A velocidade, a dimensão e o impacto! E que impacto! Já não acontece só em países longínquos, onde víamos pelos noticiários e que nada nos afetava. Não! Eu apanhei o Covid! Eu fiquei sem comunicar da forma habitual! Eu, Nós, sentimos TODOS na primeira pessoa estes apagões!

Não podemos evitar nem contrariar, mas, podemos contornar e nos adaptar.

Que grande desafio temos pela frente, mas, como em todos os desafios ao longo da história da humanidade, iremos ultrapassá-los com toda a certeza!

Estes momentos em que todos, mas todos nós, sentimos na pele, devem ser também momentos de oportunidade. Oportunidade para parar (somos obrigados a tal!), pensar, repensar, reformatar e voltar a agir.

Que estes apagões nos tragam luz! Não necessariamente a mesma luz, mas, a luz que evite estes apagões e nos aproxime.