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Hotel Reid’s

1. Subitamente, uma facada pelas costas. À falsa fé, o despedimento coletivo. Nestes dias os trabalhadores do Hotel Reid`s, na Madeira foram surpreendidos pela confirmação do anunciado despedimento coletivo. E agora? E o salário? E o futuro? E a família? E o pagamento ao banco das prestações da casa, do carro…? O que há de ser de nós?

2. A luta. Pela frente haverá uma dura e longa batalha coletiva pelo direito ao trabalho, pelos direitos. Que o exemplo do Leonel Nunes inspire quem, como ele trabalhador daquele hotel, sempre lutou (demorou 17 anos) para garantir o direito ao posto de trabalho no Reid`s, para assegurar todos os direitos laborais. E que não falte a confiança no Sindicato, na certeza de que tudo será feito, no quadro da Lei, para que se faça Justiça.

3. No plano político, o despedimento coletivo no Hotel Reid`s é um sinal inequívoco da falência do modelo de desenvolvimento regional assente numa monocultura do turismo; representa o colapso das opções de uma economia turística que, em lugar de uma matriz de elevada qualidade da oferta e do serviço, preferiu sucatear o “destino Madeira” e fazer desta Região um não-lugar, em que o sector hoteleiro passou a ser predominantemente compreendido como uma reles estação de serviço; significa o fracasso de uma determinada turistificação do território e das mentalidades, numa acrítca cedência ao imediatismo turístico, que quase tudo justifica e legitima de forma assassina para a identidade cultural e para a dignidade de um povo.

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