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Saiba como funciona o sistema eleitoral norte-americano

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Faltam menos de 40 dias para as presidenciais norte-americanas e as sondagens dão maioria ao democrata Joe Biden, mas tudo pode acontecer num sistema em que o que conta é o colégio eleitoral.

Na eleição presidencial de 08 de novembro de 2016, por exemplo, a candidata democrata, Hillary Clinton, recolheu a maioria dos votos dos cidadãos, mas foi Donald Trump que foi eleito Presidente dos Estados Unidos.

Nessa altura, reacendeu-se o debate sobre o modelo eleitoral nos Estados Unidos, em que o chefe de Estado é decidido no colégio eleitoral.

A questão é que os Estados Unidos não fazem as eleições por sufrágio universal, como em Portugal, em que os votos contam de igual maneira em todo o país.

Nos Estados Unidos, o sufrágio é indireto e cada um dos 50 estados tem um peso diferente nas eleições, dependendo da sua população.

A primeira coisa a saber é que as presidenciais são decididas pelo voto de 538 delegados de todo o país que formam o colégio eleitoral. Sai vencedor o candidato que recebe, no mínimo, 270 votos do colégio eleitoral.

Em segundo lugar, os delegados votam de acordo com a maioria dos eleitores do seu estado, resultante dos votos dos cidadãos (ou votos populares) no dia da eleição presidencial.

Na prática, o que os cidadãos vão eleger em 03 de novembro este ano e em todas as eleições presidenciais, são os delegados com que se querem representar para escolher o Presidente do país.

Finalmente, é preciso distinguir que cada estado tem um determinado número de delegados no colégio eleitoral.

Por exemplo, o estado mais populoso, a Califórnia, tem o maior número de delegados no colégio eleitoral, 55. Depois de contados os votos dos eleitores, os 55 votos da Califórnia são atribuídos ao candidato presidencial que obteve a maioria no estado.

Pelo contrário, o Alasca tem uma população relativamente pequena e por isso, só resulta em três delegados no colégio eleitoral. Assim, o estado de Alasca entrega apenas três votos ao candidato da maioria.

Alasca e Califórnia são dois estados frequentemente referidos para exemplificar o contraste no peso no modelo eleitoral.

Entre os estados com mais delegados no colégio eleitoral, estão também Texas (38), Florida (29), Nova Iorque (29), Illinois (20) e Pensilvânia (20).

Por outro lado, os estados de Delaware, Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming e o Distrito de Colúmbia, têm três delegados cada.

Em 2016, apesar de Hillary Clinton ter recebido quase três milhões de votos a mais do que o adversário, o colégio eleitoral deu menos 74 votos a Clinton e Donald Trump ganhou, com 306 delegados.

Dois partidos são os grandes rivais na política americana: o partido democrata e o republicano. Cada um dos partidos avança com um candidato nas eleições presidenciais.

Em 03 de novembro, confrontam-se o republicano Donald Trump e o vice-Presidente Mike Pence com o democrata Joe Biden e a candidata a vice, Kamala Harris.

Na maioria dos estados, já é conhecida a preferência dos eleitores. Por isso, a base forte de apoiantes de cada partido considera-se garantida.

Assim, o que muda o jogo são os poucos estados que não mantêm um historial de tendência política fixa, os chamados 'swing states', que podem realizar um 'flip' -- viragem entre partidos entre os ciclos eleitorais.

Neste caso, as sondagens são úteis para identificar se as intenções de voto estão claramente direcionadas.

Para o órgão de comunicação norte-americano POLITICO, é em oito estados que as dúvidas e as esperanças se depositam este ano.

As atenções estão centradas na Florida, que dá 29 votos do colégio eleitoral e que em 2016 se demonstrou a favor do candidato republicano, Donald Trump. Este ano, as sondagens mostram uma corrida renhida entre Trump e Biden.

Segundo o POLITICO são, no total, 127 votos do colégio eleitoral que estão em jogo para os dois partidos este ano: nos estados de Arizona (11), Carolina do Norte (15), Florida (29), Georgia (16), Michigan (16), Minnesota (10), Pensilvânia (20) e Wisconsin (10).

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