As ilações da festa do Avante

Só através de uma visão sectária e extremista é que se pode considerar a recente festa do Avante (FA) um êxito, que é aliás a forma como o PCP analisa os seus resultados eleitorais os quais independentemente de continuarem a tendência descendente são sempre um “êxito”. Esta FA não foi nem de perto nem de longe o êxito comercial e político que o PCP almejava. Nem “multidões” de 100.000 visitantes/dia, nem sequer 30.000 e muitíssimo longe dos 16.000 autorizados pela DGS. Apesar de tudo acabou por redundar num verdadeiro “êxito” já que a esmagadora maioria dos seus habituais e potenciais frequentadores, contrariando a teimosia absurda e a falta de bom senso do PCP, resolveram este ano e muito bem não correr riscos desnecessários por causa da Covid 19 e optaram responsavelmente por ficar em casa ou dar uma volta por outras paragens, contribuindo de forma positiva para minorar a possibilidade de propagação da pandemia. A teimosia do PCP em avançar com o evento mesmo sabendo que a generalidade da opinião pública por uma questão de mero bom senso era contra a sua realização e não por quaisquer motivos políticos como o PCP procurou insinuar, fazendo alarde do coitadismo em que é useiro e vezeiro sempre que é alvo de críticas, reduzindo tudo de forma simplista e absurda à sua bafienta obsessão de “perseguição reacionária”. O tom lúgrube do discurso de Jerónimo de Sousa no seu encerramento espelhou bem o fiasco da festa, recorrendo aos slogans repetitivos e enfadonhos de há 44 anos que cada vez significam menos não só para os trabalhadores de quem o PCP se arvora único e exclusivo defensor como para toda uma juventude que precisa de emprego digno com remuneração justa e compatível com as suas habilitações académicas e profissionais, que só mais e melhores empresas lhe pode proporcionar e não a ideologia comunista que nos países onde foi posta em prática redundou em ditaduras, atraso e miséria. São as ilações que se tiram desta festa do Avante.

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