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África do Sul declara uso obrigatório de máscara para conter aumento alarmante de casos

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O Presidente Cyril Ramaphosa declarou o uso obrigatório de máscara e um confinamento restrito de três semanas para conter uma vaga "alarmante" de novas infeções do novo coronavírus no país.

"Cerca de 50.000 novos casos foram reportados desde a noite de Natal, nas províncias do KwaZulu-Natal, Gauteng e no Cabo Oriental e as infeções estão igualmente a aumentar a um ritmo alarmante no Limpopo", adiantou Cyril Ramaphosa, numa comunicação feita esta noite ao país.

Nesse sentido, o chefe de Estado sul-africano anunciou novas medidas de confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus, salientando que a nova variante 501.V2 "parece mais contagiosa" e está "bem implantada no país".

Na sua comunicação ao país, Ramaphosa mostrou-se dececionado com a "falta de observação" das medidas de confinamento decretadas pelo Governo, referindo que "os sul-africanos foram irresponsáveis ao ignorarem as regras de confinamento contra a covid-19".

Ramaphosa destacou o consumo de álcool e os ajuntamentos sociais em massa como sendo os principais fatores de risco e contágio nesta segunda vaga da pandemia no país.

"Os casos de trauma estão a aumentar nos hospitais devido ao consumo de álcool", frisou.

De acordo com Ramaphosa, a pandemia do novo coronavírus infetou 4.630 funcionários da saúde desde dezembro, elevando para 41.000 o número de funcionários infetados desde o início da pandemia no sistema nacional de saúde da África do Sul.

"O sistema nacional de saúde chegou ao ponto de quase rutura", adiantou Ramaphosa.

O chefe de Estado sul-africano declarou a entrada imediata de nível 1 de confinamento para nível 3 'ajustado', a partir das 00:00 de terça-feira, até 15 de janeiro de 2021, data em que o Governo voltará a avaliar a situação de contágio da pandemia da covid-19 no país, frisou.

Entre as novas medidas de confinamento, o Presidente sul-africano, anunciou novo recolher obrigatório entre as 21:00 locais (19:00 de Lisboa) e as 06:00 (04:00 da Lisboa), e o uso obrigatório de máscara em espaços públicos na África do Sul.

O chefe de Estado sul-africano referiu que o não uso de máscara será considerado "um crime", acarretando pena de prisão até seis meses e coimas, que não especificou.

Ramaphosa adiantou também que bares e restaurantes passam a encerrar às 20:00 locais, acrescentando que os ajuntamentos sociais são proibidos a partir da meia noite no país.

A venda e distribuição de álcool passa a ser proibida na África do Sul, assim como o seu consumo em espaços públicos, adiantou o Presidente sul-africano.

"As medidas permitem manter a economia em funcionamento enquanto se tenta conter a pandemia do coronavírus", frisou.

No seu discurso, o Presidente da África do Sul declarou também novas áreas de covid-19 em quase todas as províncias do país.

"O acesso a praias, piscinas municipais, represas e lagos em áreas declaradas de covid-19, é também proibido", referiu.

Rapamahosa disse ainda que a África do Sul será um dos primeiros países a receber a vacina Covex no segundo trimestre de 2021, estando o Governo em negociações bilaterais com outros fornecedores para garantir o acesso a mais de 10% da população.

A África do Sul ultrapassou no domingo um milhão de casos positivos cumulativos de infeção, elevando para 1.004.413 o total de casos positivos de covid-19 reportados, disse o ministro da Saúde, Zweli Mkhize.

O país, que tem o maior número de infeções no continente africano, reportou 800.000 infeções pelo novo coronavírus no início de dezembro, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.

Vários hospitais e centros de saúde dizem estar superlotados para lidar com o fluxo de pacientes devido à segunda vaga da pandemia, noticiou o canal público SABC.

"A situação nos hospitais é dramática e preocupante, as enfermarias e as unidades de cuidados intensivos estão repletos de pacientes com covid-19, há muitas pessoas a morrer", sublinhou o médico Imtiaz Sooliman, da organização não-governamental sul-africana 'Gift of the Givers'.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.765.049 mortos resultantes de mais de 80,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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