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Darwin – a constante adaptação

No século XIX o naturalista Charles Darwin, no âmbito da teoria da seleção natural, dizia que as espécies que mais sobreviveriam não seriam necessariamente as mais antigas ou as mais fortes, mas antes aquelas que melhor se adaptassem às mudanças do meio em que habitam.

Sendo certo que esta verdade se vem repetindo na História, o estado pandémico em que nenhum de nós havia vivido e imaginaria viver, continua a demonstrá-lo. Se nos tivessem dito, em meados do ano passado, que este ano iríamos ver o PIB diminuir vertiginosamente, o desemprego e as falências a dispararem, andarmos todos de máscara e muitos de nós em teletrabalho permanente, teríamos dito certamente que isso não iria acontecer. Mas aconteceu.

Aqui chegados, temo-nos adaptado a novos hábitos e a novos modos de comportamento que nunca tínhamos assumido na vida. Aprendemos a conviver com o vírus, a deixar de ver muitos dos que mais gostamos, abdicámos de tantas atividades e rituais. Muitos viram a sua vida tornar-se num verdadeiro inferno. Mas a verdade é que quem não sucumbiu, pessoal ou profissionalmente à pandemia, continua a demonstrar uma capacidade de adaptação que nos mantém vivos e a saber viver de uma forma que julgaríamos impossível. Guerras ou mesmo outras pandemias já o haviam demonstrado no passado, mas a vida não cessa de nos ensinar que só uma capacidade de adaptação perante a adversidade, nos mantém vivos e lúcidos.

O poeta, cantor e compositor, Chico Buarque, dizia que enquanto muitos tinham medo da mudança, ele tinha medo que nada nunca mudasse. Nenhum de nós desejou esta mudança, mas os mais aptos a conviverem com ela, sairão dela seguramente mais fortes quando este pesadelo deixar de pairar sobre nós.

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