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O Covid – As autoridades de saúde e os cidadãos

Esse terrível vírus anda por aí de leste a oeste de norte a sul, passeia a passos largos pelas cidades e aldeias pela fábricas e pelas escolas, no transporte público. Ataca de dia e de noite. Ataca novos e velhos ricos e pobres , de todas as orientações políticas de direita á esquerda. Esse bicho atinge um mar de gente que navega em barcos diferentes da canoa ao iate ou cruzeiro de luxo ou até dourado… Neste mar aumenta a diferença social cria a pobreza e a fome e o crime aumenta.

Desde sempre fui e sou defensor do Serviço Nacional de Saúde e do Serviço Regional de Saúde que tem sido o baluarte da defesa da nossa saúde

Sim, sou defensor de politicamente dotar o Serviço Publico de Saúde com os meios técnicos, humanos com dotação orçamental adequada e instalações e equipamentos suficientes, mas ao mesmo tempo não esquecendo a colaboração supletiva do sector privado e social.

Mas uma coisa depende de nós cidadãos e não dos outros: trata-se do comportamento responsável de cada um ou da sua irresponsabilidade.

Tantas vezes é referido na comunicação social a necessidade de cumprir as recomendações da DGS, de não abandalhar na luta contra o covid, mas verifica - se estatisticamente que é no interior da família que cerca de 70% dos casos de transmissão do «bicho» se deve ao comportamento irresponsável no seio familiar com beijos abraços ,festas com álcool a mistura e com a euforia que isso é com os outros, transmitindo a doença particularmente com maior gravidade aos mais vulneráveis.

Sendo um profissional ligado à saúde desde 1975 e ciente do esforço, da dedicação dos profissionais de saúde e das autoridades das mesmas , somente lhes posso mandar um abraço de gratidão pelo que estão a fazer pela população.

É necessário ter cuidado com os oportunistas políticos, os saltaricos de carácter populista e fascizante que aparecem à cabeça de manifestações a aproveitar-se da legítima luta dos pequenos e médios comerciante e seus trabalhadores, em particular os da restauração que necessitam de ajuda urgente do Estado.

Não podemos deixar nas mãos do inimigos do regime democrático a gestão da justa causa dos que sofrem com o encerramento das empresas e dos postos de trabalho esse trabalho é uma exigência do Portugal de Abril e não dos saudosos do regime salazarista.

É com alguma preocupação que vejo dirigentes de ordens profissionais, ultrapassarem largamente as competências delegadas pelo Estado para atitudes alarmantes, aproveitando-se politicamente para promoção desses dirigentes.

Assisti há dias numa reunião política a uma declaração de que a Madeira com 2 mortos covid estava pior que os Açores com 16. O Turismo nos Açores é praticamente residual comparado com a Madeira e, sendo a nossa vida económica social e política fortemente dependentes e do turismo é lógico que apareçam novos casos apesar do excelente trabalho das equipas covid no Aeroporto.

Também sabemos de casos de pessoas que chegam à Madeira fazem o teste covid e vão logo estar com os amigos e familiares sem esperar pelo resultado dos testes e até gente que sabe estar infectada e vai trabalhar infectando outras pessoas.

Apelo á defesa da vida para termos o regresso da economia do trabalho e da melhoria das nossas condições de vida, vamos respeitar com elevação as recomendações das autoridades de saúde

Como refere o Papa Francisco, não desperdicemos a vida pensando só em nós mesmos

Dedico este artigo ao capitão de Abril engenheiro Luis Macedo um dos operacionais do Posto de comando na Pontinha um homem chave do MFA ,que morreu recentemente de Covid em Moçambique

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