Madeira

Tolentino Mendonça foi elevado a cardeal faz hoje um ano

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Faz hoje um ano que o Arcebispo José Tolentino Mendonça tornou-se cardeal numa cerimónia que se realizou no Vaticano. O DIÁRIO esteve a acompanhar a cerimónia.

Tolentino tornou-se o sexto cardeal português deste século e o segundo madeirense da história a ter como missão aconselhar o Papa.

Começa agora uma nova cruz. Afinal, a vida de um cardeal é pesada como tantas outras. A vida vainos dando, pela mão de Deus, os caminhos, mais do que pesos, porque a vida de um cardeal é pesada, mas a vida de um pai de família também é, tal como a vida de um operário, a vida de um desempregado, a vida de um homem sobre a terra, a vida de um refugiado, a vida de alguém que constrói a sociedade Tolentino Mendonça

Os bispos madeirenses ofereceram-lhe uma cruz peitoral para uma missão que julgaram será “leve” e que motiva o orgulho português.  D. Nuno Brás, Bispo do Funchal, pediu a Tolentino Mendonça para ter a sua diocese de origem presente sempre que usar a cruz.

Deixou de pertencer à Diocese do Funchal, embora continue a ser madeirense, mas queremos dizer-lhe que a Diocese do Funchal está sempre com ele e queremos que ela a tenha sempre no coração D. Nuno Brás

Na altura, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, disse que ter Tolentino Mendonça como cardeal “enobrece a Madeira e é um prestígio para Portugal”.

Ele é um homem cosmopolita, do mundo e, por isso, é que é um homem da Madeira, que a Madeira está sempre aberta ao mundo Miguel Albuquerque

Numa mensagem publicada no site  da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa testemunhou gratidão a Tolentino Mendonça.

Gostaria de estar presente no consistório em que recebe os sinais da sua nova condição, mas na impossibilidade de o fazer, envio ao novo Cardeal um cumprimento caloroso e amigo e os desejos de que continue a ser uma referência para tantos, católicos ou não, que lhe reconhecem o valor cultural e humano de quem é, como o próprio se definiu, um facilitador de encontros Marcelo Rebelo de Sousa

Pela basílica de São Pedro ou pela Sala Régia, do Palácio Apostólico, onde foram apresentados cumprimentos  ao novo membro do Colégio Cardinalício, passaram protagonistas da política e da cultura, da diplomacia, da Igreja e da sociedade lusa, como Francisca Van Dunem, Miguel Albuquerque, Pedro Rebelo de Sousa, Castro Caldas, Maria João Avilez, D. Nuno Brás, D. Teodoro de Faria, D. António Carrilho, Ilse Berardo, presidente da Câmara de Machico, Ricardo Franco,  ex-parlamentares Medeiros Gaspar e Fernanda Cardoso, advogados Ricardo Vieira, Paulo Gouveia e Silva, Eduardo Alves e alguns sacerdotes, como Marcos Gonçalves.

Todos sentiram estar a viver um momento de orgulho para o País. Ricardo Vieira foi o porta-voz da “enorme felicidade”.

Quem tem a extraordinária bênção de conhecer D. Tolentino, sabe que ele é assim, naquela sua simplicidade, um homem envolvente, que recebe e eleva as coisas a um patamar extraordinário Ricardo Vieira

Linha do tempo

José Tolentino Mendonça nasceu em Machico, em 1965.

A 28 de Julho de 1990 é ordenado padre na Sé do Funchal por D. Teodoro de Faria, após os estudos de Teologia, iniciados na Universidade Católica, em 1982. 

A 1 de Dezembro de 2011, é nomeado consultor do Conselho Pontifício da Cultura.

A 28 de Julho de 2018, é ordenado bispo por D. Manuel Clemente numa cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, recebendo simbolicamente a antiga sede episcopal de Suava, no norte de África.

A 1 de Setembro de 2018,  assumiu a responsabilidade pelo Arquivo Secreto do Vaticano e pela mais antiga biblioteca do mundo, a Biblioteca Apostólica, com a preocupação de preservar “um grande tesouro da Igreja e da humanidade.

No dia 24 de Julho 2019, o Presidente da República anuncia que escolheu Tolentino Mendonça para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se celebra na Madeira em 2020.

No dia 1 de Setembro de 2019, o papa Francisco anuncia no ‘Angelus’ que o bispo português vai ser elevado a cardeal no consistório destinado à criação de 13 novos membros do Colégio Cardinalício.

A 5 de Outubro de 2019, junta-se aos outros actuais cardeais portugueses José Saraiva Martins, Manuel Monteiro de Castro, Manuel Clemente e António Marto, os dois últimos com direito de voto num eventual conclave para a eleição do Papa, tal como sucederá com Tolentino Mendonça. Também transitará para o Conselho para a Cultura.

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