Turismo

Governo lança programa para promover 62 fortalezas de fronteira

O ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, lançou ontem, em Monção, no distrito de Viana do Castelo, o programa Dinamizar Fortalezas para promover 62 fortalezas situadas na raia entre Portugal e Espanha.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Siza Vieira explicou que aquelas fortalezas "foram identificadas no Livro das Fortalezas de Duarte d´Armas, no século XVI".

Na publicação, "o escudeiro do rei D. Manuel identifica e desenha as 62 fortalezas situadas junto à fronteira entre Portugal e Espanha, desde o Minho ao Algarve e que constituíam a estrutura defensiva de Portugal perante Castela".

"Estas fortalezas foram identificadas vão ser não só requalificadas, mas vão também beneficiar de uma promoção conjunta, como produto turístico", especificou o governante.

O novo programa foi hoje lançado no Castelo de Monção, uma das 62 fortificações que o Governo quer promover por considerar que aqueles monumentos "são âncoras de desenvolvimento regional que podem criar emprego e gerar riqueza, afirmando-se como novos destinos turísticos".

Segundo o ministro-adjunto e da Economia, os monumentos "estão em estado de conservação e de visitação muito diferentes".

"Há fortalezas em muito bom estado de conservação e podem ser facilmente visitadas e, outras, que precisam de trabalhos de requalificação", apontou.

Pedro Siza Vieira explicou que o novo programa incluiu, numa primeira fase, o "levantamento exaustivo de todas as fortalezas e a verificação das condições de visitação".

A segunda fase, agora iniciada, aposta na promoção "atraindo operadores turísticos e jornalistas, e a divulgação das fortalezas através de um sítio na internet criado para o efeito".

A terceira fase prevê "o apoia financeiro aos municípios para intervenções de requalificação, quer ao nível da manutenção quer da melhoria das condições de acesso".

Pedro Siza Vieira revelou que o programa Valorizar, "passa a estar acessível a candidaturas para requalificação dessas fortalezas".

O programa Valorizar, segundo o ministro-adjunto e da Economia, tem sido um "grande sucesso", com 133 milhões de euros de investimento apoiado, de cerca de 620 projetos e que tem permitido lançar "novos produtos" como os 'portuguese trails' ou de enoturismo que "atraem cada vez mais pessoas".

Para o governante, para que o setor turístico "possa continuar a crescer, de forma sustentável, a aposta não pode continuar a assentar na promoção de destinos tradicionais".

O ministro-adjunto e da Economia acrescentou que o programa Dinamizar Fortalezas tem como "objetivo a estruturação de produtos, no interior de Portugal, que possam ser promovidos junto dos turistas nacionais e estrangeiros, atraindo mais visitantes a territórios de baixa densidade".

O programa, hoje apresentado em Monção, na presença da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, "inclui a criação de condições de visitação e de conteúdos e promoção internacional, tirando partido da proximidade ao mercado espanhol".

Segundo informação do Ministério da Economia, "Portugal é delimitado a Norte e a Este por um conjunto de fortificações militares que são testemunho da história da sua formação enquanto país".

"Desde o Tratado de Zamora, que assinala o nascimento de Portugal enquanto o país, ao Tratado de Alcanizes, que fixa as fronteiras do território nacional, houve a necessidade de ter uma rede de fortificações robusta e bem vigiada", refere a nota.

Segundo a Câmara Municipal de Monção, "a fortaleza local monumento nacional por decreto de 16 de junho de 1910, proporciona ao visitante um caminhar tranquilo e inspirador na companhia de um olhar deslumbrante sobre o rio Minho, a margem galega e o parque das Caldas".

"Do castelo medieval de Monção, construído no tempo de D. Dinis (1305 a 1308), resta apenas um trecho junto ao passeio dos Néris. Devido à intensificação das guerras à mão armada, construiu-se uma muralha mais extensa, compreendendo cinco portas: Salvaterra, Rosal, Fonte ou Caldas, S. Bento, Sol ou Milagres", adianta aquele município do Alto Minho.

As "atuais muralhas resultam de uma modificação ocorrida na segunda metade do século XVII, tendo sido rompidas em três partes a partir do séc. XIX, para a construção da via-férrea, para abertura da avenida das Caldas e para alargamento da estrada em direção a Melgaço".