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Guaidó e Maduro empenhados numa solução negociada diz a Noruega

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Os representantes do Presidente venezuelano Nicolás Maduro e do seu rival Juan Guaidó estão empenhados em avançar numa solução negociada da crise, afirmou hoje a Noruega que mediou encontros entre as duas partes.

Pela segunda vez no espaço de algumas semanas, as delegações dos dois campos reuniram-se na Noruega para conservações destinadas a encontrar uma solução à crise política que se prolonga há vários meses na Venezuela.

“As partes demonstraram a sua vontade de avançar na busca de uma solução negociada e constitucional para o país, que englobe as questões políticas, económicas e eleitorais”, indica em comunicado o ministério norueguês dos Negócios Estrangeiros.

“Com o objetivo de preservar um processo que possa alcançar resultados, as partes são convidadas a manifestar a maior prudência nos seus comentários e declarações relacionadas com o processo”, acrescenta o texto.

Permanece desconhecido o conteúdo das discussões que envolveram responsáveis próximos do Presidente Nicolás Maduro e representantes de Guaidó.

Membro da oposição de centro direita, Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, autoproclamou-se presidente da Venezuela no final de janeiro e é reconhecido por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos e países europeus.

A oposição considera fraudulenta a eleição presidencial de maio de 2018, que permitiu ao chefe de Estado proveniente do “chavismo” manter-se no poder.

A crise política coincide com a pior crise económica da história recente do país, que possui das maiores reservas de petróleo do mundo. A inflação deverá atingir 10.000.000% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional, e a escassez de produtos e os cortes de energia elétrica permanecem sem resolução num país atingido por diversas sanções.

País que acolhe o Nobel da Paz e onde foram negociados os acordos israelo-palestinianos de Oslo, a Noruega tem uma longa tradição de “facilitador” nos processos de paz, designadamente no desfecho do diálogo entre o governo colombiano e as Forças armadas revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016.