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Opositor congolês sem autorização para aterrar em Goma

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O opositor congolês Moise Katumbi não obteve hoje autorização para sobrevoar e aterrar o seu avião em Goma, cidade no leste da República Democrática do Congo (RD Congo), avançou o seu porta-voz.

“A aviação civil não deu autorização para sobrevoar e pousar o avião do presidente Moise Katumbi”, escreveu Olivier Kamitatu, chefe de gabinete e porta-voz do opositor, no Twitter.

Moise Katumbi, que retornou à República Democrática do Congo na segunda-feira, esteve no sábado em Pretória, África do Sul, para a cerimónia de juramento do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.

“A permissão solicitada para deixar Joanesburgo para Goma no domingo [hoje] ainda não foi dada, querem impedir-nos de chegar a Goma? Noto que não podemos alcançar Goma”, disse à AFP Kamitatu.

Goma e as principais cidades do Kivu do Norte são consideradas fortalezas da oposição.

Em abril, a justiça congolesa anulou a condenação a três anos de prisão do opositor exilado Moise Katumbi, acrescentando que o ex-governador de Katanga podia regressar “como um homem livre” à República Democrática do Congo, disse o seu advogado.

Aliado, e posteriormente adversário do ex-presidente Joseph Kabila, o ex-governador da província mineira de Katanga foi envolvido em 2016 num caso de especulação imobiliária, mas sempre negou as acusações.

Abandonou a RD Congo em maio de 2016, dirigindo-se à África do Sul e depois à Bélgica, por motivos de saúde, e foi condenado em junho desse ano.

A juíza que havia decretado a sentença, Chantal Ramazani, tinha fugido para França, onde reconheceu que agira sob influência do poder pró-Kabila.

A condenação e o exílio impediram Katumbi de participar na eleição presidencial que teve lugar em 30 de dezembro de 2018.

No início de agosto Katumbi afirmou ter sido impedido de entrar na RD Congo, depois de se apresentar, por duas vezes, nos postos fronteiriços de Kasumbelesa.

Empresário milionário, líder da equipa TP Mazembe de Lubumbashi, glória do futebol africano, Katumbi acabou por apoiar e financiar a campanha do adversário Martin Fayulu.

O ex-presidente Joseph Kabila tinha apelidado Katumbi de “Judas” numa entrevista ao semanário Jeune Afrique, pouco antes das eleições.

Outro adversário, Felix Tshisekedi, foi proclamado vencedor da eleição presidencial, mas Fayulu continua a reclamar vitória com 60% dos votos.