Madeira

“A Madeira está no topo do insucesso escolar”

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“Um currículo muitas vezes desinteressante para os alunos e desajustado da realidade, programas extensos e excesso de trabalhos para casa, a falta de autonomia das escolas, professores desmotivados e desautorizados, as acções de formação não correspondem às necessidades ou problemas sociais que entram pela escola dentro”. Este é o resumo das conclusões do painel ‘Educação, como reduzir o insucesso e o abandono escolar’, sexta conferência realizada pelo Conselho Económico e Social do CDS-Madeira, órgão liderado por José Manuel Rodrigues que prepara o programa de governo do partido.

“A Madeira está no topo do insucesso escolar”, começou por afirmar Margarida Pocinho, professora da Universidade da Madeira, orientadora do mestrado em Psicologia da Educação, e coordenadora do painel ‘Educação e Formação Profissional’, do Conselho Económico e Social do CDS-PP.

“Estamos com uma taxa de 18%, que é muito elevada, e comparativamente às metas para 2020, que é reduzir os níveis para 10%, como se vê, estamos muito aquém”, referiu, para situar. “Estes números são estatísticas, mas o insucesso escolar é muito mais abrangente e tem de ser repensado”.

Margarida Pocinho afirma que as causas do abandono escolar estão identificadas e estudadas: “Falta de autonomia das escolas, dificuldades de aprendizagem, desmotivação dos professores e acções de formação dos docentes que não se compaginam com as necessidades”.

“Portanto, daqui, desta reunião, saem algumas estratégias para combater o insucesso escolar”, afirmou a académica, que também é candidata do CDS ao Parlamento Europeu, fazendo alusão ao painel: “Temos a professora Alice Mendonça com estudos muito claros e pragmáticos nesta área, a Susana Caldeira, directora pedagógica da Escola Profissional Atlântico, que é uma área com interesse para os alunos que não querem seguir os conteúdos mais académicos e abstractos, e eu própria apresentei um modelo pragmático de redução do insucesso escolar, com quatro vertentes: o aluno no centro, depois as famílias, temos de investir nas famílias, são elas que têm de mostrar aos seus filhos que a escola vale a pena, a seguir os professores, é das profissões mais importantes da humanidade, estão a construir os jovens do nosso futuro, há ainda a escola, os colegas e os conflitos, por fim, o sistema”, disse.