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Turquia condena decisão de PR francês em assinalar o genocídio arménio de 1915

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A Turquia condenou hoje a decisão do Presidente francês, Emmanuel Macron, de estabelecer um dia para assinalar o “genocídio arménio”, que ocorreu em 1915 e foi levado a cabo por tropas otomanas.

“Condenamos e rejeitamos as tentativas do Presidente Macron, que conhece os problemas políticos no seu país, transformar em matéria política factos históricos para salvar o dia”, disse, num comunicado, o porta-voz Presidência turca, Ibrahim Kalin.

Emmanuel Macron anunciou, na terça-feira, que a França, um país que tem uma grande comunidade arménia, “fará nas semanas próximas do 24 de abril uma jornada nacional para assinalar o genocídio arménio”.

Segundo estimativas, 1,5 milhões de arménios foram sistematicamente mortos por tropas otomanas durante a Primeira Guerra Mundial.

Ancara rejeita o uso do termo “genocídio”, evocando massacres recíprocos no meio da guerra civil e da fome que deixaram centenas de milhares de mortos em ambos os lados.

“As alegações do chamado genocídio arménio são uma mentira política que contrariam a realidade histórica e não têm fundamento jurídico”, disse Kalin, acrescentando: “ninguém pode manchar a nossa história”.

O Presidente francês também destacou, na terça-feira, ter “um diálogo exigente com o Presidente turco”, evocando as “divergências assumidas”, incluindo “as liberdades fundamentais, os direitos humanos na Turquia e o genocídio”.

No entanto, Macron rejeitou qualquer possibilidade de romper as relações com Ancara, dizendo que “o diálogo com a Turquia é essencial”.