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Dois jornalistas mortos no nordeste do Afeganistão

FOTO Shutterstock
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Dois jornalistas afegãos foram mortos na terça-feira por homens armados não identificados que atacaram as instalações de uma estação de rádio na região nordeste do Afeganistão, divulgaram hoje responsáveis locais.

Os dois jornalistas trabalhavam na Rádio Hamsada, uma emissora privada em Taloqan, capital da província de Takhar.

“Dois atiradores não identificados entraram na estação de rádio (...) e abriram fogo contra os dois jornalistas que estavam aos microfones durante uma emissão em directo”, afirmou, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), um porta-voz do governador daquela província afegã, Jawad Hejri.

O representante referiu que o motivo do ataque ainda é desconhecido e que a polícia abriu um inquérito.

O Comité de segurança dos jornalistas afegãos exigiu, num comunicado, que o governo afegão “identifique os culpados e assegure que a justiça seja feita”.

A Amnistia Internacional classificou, por sua vez, este duplo homicídio como “um crime horrível”.

“Este ataque revela uma vez mais os riscos que os jornalistas continuam a enfrentar no Afeganistão e só porque estão a fazer o seu trabalho. As autoridades afegãs devem garantir a segurança e a protecção de todos para que possam trabalhar livremente e sem medo”, declarou a organização não-governamental (ONG) internacional de defesa dos direitos humanos.

Em janeiro último, um outro afegão, Jawid Noori, que trabalhava para os serviços de comunicação do governador da província de Farah (oeste) e que era uma presença regular em rádios locais e nas redes sociais, foi sequestrado e morto pelos talibãs.

Segundo a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), os talibãs e o grupo extremista Estado Islâmico (EI) têm atacado repetidamente nos últimos anos os profissionais dos meios de comunicação social afegãos.

Em 2018, o número de jornalistas mortos atingiu os 15, “tornando o Afeganistão o país mais perigoso do mundo para exercer o jornalismo”, destacou a RSF.

O repórter fotográfico e responsável da AFP no Afeganistão, Shah Marai, estava entre os oito jornalistas que morreram num duplo atentado suicida que fez 25 vítimas mortais em abril do ano passado na capital afegã, Cabul.

Cerca de três meses depois, o motorista da AFP naquele país, Mohammad Akhtar, também foi morto em outro atentado suicida.

De acordo com a RSF, 60 jornalistas e profissionais do sector da comunicação social foram mortos no Afeganistão desde a intervenção dos Estados Unidos naquele país em 2001.