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Atrasos na proibição do comércio colocam muitos animais selvagens em risco

Foto Shutterstock
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Atrasos na proibição do comércio de animais selvagens colocam centenas de espécies em risco, alerta um estudo divulgado pela revista científica “Science”.

Centenas de animais, de papagaios a lagartos, podem estar em risco de extinção devido a um processo político que responde lentamente ao conhecimento científico, segundo o estudo.

Numa altura em que está já marcada para maio uma reunião internacional das autoridades da fauna selvagem, na qual vão ser discutidas restrições ao comércio de animais selvagens na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Selvagem (CITES), o estudo sugere medidas para acelerar o processo de proteção da vida selvagem, que hoje pode demorar duas décadas.

“Novas tendências no comércio de espécies selvagens podem desenvolver-se rapidamente, com algumas a irem do ´comum´ ao ´em vias de extinção´ em apenas alguns anos”, disse Eyal Frank, um dos autores do trabalho e professor universitário de Chicago, Estados Unidos.

Frank e David Wilcove, da Universidade de Princeton, Estados Unidos, analisaram 958 espécies da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) que estão ameaçadas pelo comércio mundial e descobriram que 28% nem sequer são protegidos pela CITES, a principal estrutura internacional para evitar a extinção de espécies selvagens devido ao comércio.

Ao estudar a rapidez com que espécies da Lista Vermelha são protegidas pela CITES os investigadores descobriram também que 62% dessas espécies precisavam de esperar até 19 anos por proteção da CITES, ou estavam à espera ainda de entrarem para a lista 24 anos depois de serem consideradas em perigo pela primeira vez.

“A CITES e a Lista Vermelha são duas das mais importantes ferramentas que temos para salvar a vida selvagem ameaçada pelo comércio internacional. É vital que essas duas instituições trabalhem juntas e rapidamente para impedir a matança”, disse Wilcove.