Desporto

“Acabou por ser um desfecho que diminui a injustiça que seria termos perdido”, diz treinador do Marítimo

Foto Hélder Santos/ASPRESS
Foto Hélder Santos/ASPRESS

Declarações após o jogo Marítimo-Santa Clara (2-2), da 13.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio do Marítimo, no Funchal:

José Gomes (treinador do Marítimo): “Na estreia [nos Barreiros, como treinador do Marítimo], senti-me bem no início do jogo. Os jogadores interpretaram muito bem a estratégia de jogo, com os movimentos de rutura a romperem a última linha defensiva do Santa Clara. As coisas resultaram. Marcámos um golo e criámos várias oportunidades, que poderíamos ter convertido em golo e, se assim fosse, poderíamos ter resolvido o jogo na primeira parte.

Na segunda parte, não por aquilo que o Santa Clara nos obrigou a fazer, mas não conseguimos jogar bem. Mais erros não forçados, bolas perdidas. Fugimos do nosso processo e das ideias de jogo desde que cheguei e cada vez que fazemos isso, damos mais força ao adversário.

Nos últimos 20 minutos, foi um jogo diferente, à procura, de qualquer forma, de dar a volta ao resultado e o positivo desse momento foi o espírito dos jogadores, que acreditaram e lutaram até ao fim. Nem sempre jogaram bem, é verdade e a segunda parte, futebolisticamente, acabou por ser mais pobre, de parte a parte.

Acabou por ser um desfecho que diminui a injustiça que seria termos perdido. Em casa, contra o Santa Clara, tínhamos claramente a obrigação de ganhar, portanto, são dois pontos perdidos.

O que dá confiança nas coisas que fazemos é o sucesso que se obtém à medida que vamos fazendo as coisas. Se estivermos a escrever textos, como jornalista, e o chefe de redação permanentemente rejeitar, porque acha que está mal feito, não nos dá confiança. Um jogador até pode jogar muito bem, mas, se sistematicamente não ganhar, acaba por haver uma nuvem que retira clareza e frieza no momento de decidir”.

João Henriques (treinador do Santa Clara): “Nunca é bom sofrer golos. Sofremos um a começar o jogo e sofremos outro a terminar. Dentro daquilo que foi o tempo de jogo, penso que o Santa Clara merecia ter levado daqui os três pontos. Ficámos tristes porque sentimos que foram dois pontos perdidos e de uma forma com que já não contávamos.

O Santa Clara merece muito respeito. É um clube que está a fazer um trabalho extraordinário, em prol de uma região e de uma diáspora, a caminho de uma sustentabilidade na I Liga. Os profissionais que trabalham no Santa Clara são, no mínimo, iguais a todos os outros da I Liga. Competentes, que merecem respeito e gostam que as coisas terminem corretamente.

Hoje, sentimos um amargo de boca porque também sentimos que, na minha opinião, aconteceu de uma forma tremendamente injusta, porque decorreram sete minutos de descontos na segunda parte, mais três na primeira. Dez minutos de desconto num jogo que não teve praticamente assistências médicas. Teve duas ou três paragens para análises ao VAR (videoárbitro), todas em lances do Santa Clara.

Temos de estar preparados para estas coisas. Não conseguimos suster praticamente o único lance de perigo na segunda parte do Marítimo, que entrou melhor na partida, teve o golo de grande penalidade e mais uma ou outra situação. Nessa primeira parte, conseguimos equilibrar nos últimos minutos.

[Sobre os lances invalidados após consulta do VAR] Andamos a matar o futebol, na minha opinião. Lances por seis centímetros, porque é a camisola ou o ombro. Acho que é ridículo, mas são as regras e temos de as respeitar. Vamos todos ter que tirar um curso de geometria descritiva primeiro para saber se as linhas são mais para a esquerda ou para a direita. Temos de aceitar e aceitamos que esteja em fora de jogo”.