Eurodeputada vê Lisboa a empatar revisão dos limites de vento no Aeroporto da Madeira
A eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar (PSD) criticou, esta tarde, o Governo da República por atrasar a aquisição do equipamento que vai permitir avaliar com maior pormenor os ventos no Aeroporto da Madeira e cujos dados poderão sustentar uma eventual de decisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) no sentido da revisão dos limites de operação naquela infraestrutura aeroportuária. Devido à morosidade do processo, o parecer da ANAC “será conhecido num período nunca inferior a 3 anos”.
As declarações de Cláudia Monteiro de Aguiar foram prestadas ao DIÁRIO na sequência de uma reunião que manteve com o director executivo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), Patrick Ky, com o objectivo de analisar uma possível acção para a revisão da imposição dos limites de vento nas operações aéreas no Aeroporto Internacional da Madeira. Este responsável considera que “a segurança nas operações aéreas é a prioridade para a EASA” e “os ventos cruzados e a turbulência representam um enorme risco para a aviação, sendo o Aeroporto da Madeira atreito a este tipo de fenómenos”. Segundo o director executivo, “a decisão de alterar os limites de ventos cabe às autoridades de cada país, competindo à EASA pronunciar-se apenas acerca da proporcionalidade dessas medidas, tendo em conta o risco para a segurança”, ou seja, a decisão final cabe à Autoridade Nacional para a Aviação de cada estado membro.
Após contactos com a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Patrick Ky informou que foi constituída uma equipa de trabalho em 2017 para analisar a imposição de limites de vento, mas a medição e calibragem correctas dos ventos cruzados e da turbulência implicam a aquisição de material sofisticado e muito dispendioso. A sua instalação e início da recolha de dados só será possível em meados do próximo ano e só após a análise da informação recolhida poderá ser emitido um parecer sobre uma possível revisão desta imposição.
A deputada enviou também uma missiva para o presidente da ANAC, Luís Silva Ribeiro que, segundo veiculado pelo site desta entidade, criou em 2017 um grupo de trabalho para analisar esta questão, mas que até hoje não apresentou quaisquer recomendações.
Através de pergunta escrita, Cláudia Monteiro de Aguiar também instou a Comissão Europeia a se pronunciar sobre o assunto, tendo a notícia com a resposta desta instituição sido divulgada esta tarde pelo DIÁRIO.