Mundo

Israel vai receber em Janeiro maior encontro focado no antissemitismo

FOTO EPA
FOTO EPA

Responsáveis israelitas anunciaram hoje que dezenas de líderes mundiais vão participar em Janeiro em Jerusalém no maior encontro focado no combate ao antissemitismo, num contexto de aumento global da violência contra os judeus.

O presidente israelita, Reuven Rivlin, disse que o 5.º Fórum Mundial do Holocausto coincide com o 75.º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz.

Os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, assim como da Alemanha, Itália e Áustria estão entre os 30 chefes de Estado que já confirmaram a sua participação.

Rivlin falou de “um encontro único” dedicado à luta contra o antissemitismo e à lembrança do Holocausto para “gerações que viverão num mundo sem sobreviventes”.

No anúncio do fórum, Rivlin estava acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, e pelos presidentes do Museu do Holocausto israelita, Avner Shalev, e do Congresso Judaico Europeu, Moshe Kantor.

Também iniciador do fórum, que pela primeira vez decorrerá em Israel, Kantor disse à agência noticiosa norte-americana Associated Press que o objectivo do próximo encontro é transmitir a crescente ameaça que o antissemitismo representa, avançar na legislação contra ele e incentivar as pessoas a mudarem de atitude.

“O nível de antissemitismo no mundo devia servir como um barómetro moral. E o Holocausto devia ser lembrado como uma lição a não esquecer nunca”, adiantou.

O Congresso Judaico Europeu, que representa comunidades judaicas em toda a Europa, indicou que 80% dos judeus europeus se sente inseguro no continente.

Segundo um relatório de investigadores da Universidade de Telavive, os ataques contra judeus aumentaram 13% em 2018.

Registaram-se quase 400 casos em todo o mundo e mais de um quarto dos principais ataques violentos ocorreram nos Estados Unidos, mas o risco cresceu também na Europa Ocidental. Na Alemanha, por exemplo houve um aumento de 70% na violência antissemita.

Além dos ataques e vandalismo, a investigação registou também um aumento da retórica antissemita nos jornais e ‘online’ à medida que cresce o poder de partidos políticos extremistas em vários países.