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Países do Grupo de Lima reúnem-se a dias de novo mandato de Maduro

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Os chefes da diplomacia dos países do Grupo de Lima reúnem-se sexta-feira no Peru para debater medidas face ao início do segundo mandato do Presidente venezuelano, num encontro em que se estreia o novo ministro das Relações Exteriores brasileiro.

O anúncio sobre o encontro, que vai decorrer em Lima, foi feito hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano.

Os governantes dos 14 países que compõem o Grupo de Lima pretendem analisar a situação na Venezuela e adotar medidas face ao início, no próximo dia 10, do segundo período presidencial de Nicolás Maduro, após eleições antecipadas de maio do ano passado, e que são apelidadas de “ilegítimas” pelo Governo peruano, na nota sobre a reunião desta sexta-feira.

Além disso, os ministros abordarão a crise política, económica e humanitária na Venezuela.

Durante o encontro, serão consideradas “iniciativas de coordenação regional para o restabelecimento da democracia e respeito dos direitos humanos na Venezuela e para fazer frente ao êxodo de cidadãos venezuelanos” para países vizinhos.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de três milhões de venezuelanos abandonaram o país e o fluxo migratório continua a aumentar.

Deste total, 2,5 milhões de migrantes estão entre a Colômbia, Peru e Equador, a maioria dos quais nos dois primeiros países.

No início do mês passado, o chefe da diplomacia peruano, Néstor Popolizio, disse que o Peru vai propor ao Grupo de Lima “a rutura de relações diplomáticas” com Caracas, que considerou uma “consequência natural” do facto de estes países não terem reconhecido as eleições presidenciais do ano passado.

Lima também vai defender a imposição de uma medida similar à que foi adotada pelos Estados Unidos, que proíbe a entrada dos principais responsáveis venezuelanos no seu território, “para que eles saibam que em nenhum país do Grupo de Lima serão bem-vindos”, disse o ministro peruano.

De acordo com a imprensa brasileira, Ernesto Araújo, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, que iniciou funções esta quarta-feira, deverá apoiar a vontade da Colômbia de aumentar a pressão sobre o Governo de Maduro.

A reunião ocorrerá dois dias após o encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o Presidente colombiano, Ivan Duque, em Cartagena das Índias (norte da Colômbia), que concordaram sobre a necessidade de unir esforços para isolar diplomaticamente o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e restabelecer a democracia na Venezuela.

Maduro, que se prepara para iniciar o segundo mandato, no próximo dia 10, acusa os Estados Unidos de quererem derrubar o seu Governo, com a ajuda da Colômbia e Brasil.

O Grupo de Lima, composto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia, foi criado em 2017, quando a Venezuela foi palco de violentas manifestações, que causaram 125 mortos.