Carta de indignação ao Bispo do Funchal

Venho por este meio fazer uma reclamação e ao mesmo tempo mostrar a minha enorme revolta e indignação ao que sucedeu com o funeral da minha Mãe em Machico.

A minha Mãe era uma devota desta paróquia, e durante muitos anos, mesmo antes do actual pároco lá estar. Ia sempre a missa todos os domingos, e ajudava, doando dinheiro para todas as festas e era muito amiga do antigo pároco sr. Padre Martinho. E eu também era uma grande amiga dele e também foi catequista desta paróquia durante vários anos.

Era o seu último desejo que a sua missa de partida fosse na sua igreja matriz onde casou e casou os filhos também. Igreja à qual adorava ir sempre. Mas este desejo foi-lhe “recusado” pelo pároco actual Cónego Manuel Martins quando este disse que não podia celebrar a missa do seu funeral no Domingo à tarde, pois tinha um ‘compromisso’ para essa mesma tarde.

Informou que só poderia celebrar na segunda-feira ao final da manhã o que não era viável para nós, pois tínhamos família que vinha de propósito do continente para o funeral e tinham que regressar no domingo à noite.

Mas uma opção foi oferecida pelo Cónego Martins, que se a família conseguisse arranjar um padre com disponibilidade que ele deixaria usar a igreja para esse fim.

Assim fizemos e conseguimos arranjar um padre e quando estávamos prestes a informar o Cónego Martins, ele liga para a agência funerária a informar que “estava ofendido com a família porque andava a mentir e inventar coisas “, e que por essa razão já não disponibilizava a igreja para a referida celebração no Domingo, mesmo que fosse outro Padre.

Um autêntico desgosto para nós e imensa revolta pois estávamos chocados com esta atitude e a explicação dada pelo Cónego, pessoa que pelo cargo que ocupa na comunidade, deveria simbolizar o afecto, compaixão e compreensão para com o sofrimento da família, mas neste caso, demonstrou uma atitude de vingança.

Pura mentira porque nada disso fizemos além de estarmos com a imensa tristeza e desgosto da morte da minha mãe, pois estávamos atarefados a tentar arranjar solução para o problema que tínhamos e não nos passaria por a cabeça fazer tamanha coisa.

E vejo agora que o sr. Cónego em questão além de ligar a coscuvilhices que por vezes são mentiras, e foram neste caso, também é vingativo.

Pensei que os padres deveriam perdoar e dar a outra face como Jesus fez mas vejo que os padres não seguem o que tanto pregoam e tanto querem que as pessoas sigam o exemplo de Jesus quando eles, os primeiros representantes de Jesus na Terra, são vingativos e ainda por cima usam uma situação já extremamente frágil, dolorosa e delicada de uma família em grande sofrimento, para se vingarem.

Felizmente, não todos iguais e temos de agradecer a Deus e ao Sr. Padre Ramos por ter-se pontificado a celebrar a missa do funeral da minha Mãe no Domingo. Este sim é o verdadeiro exemplo da compaixão de Deus na terra!

Outra questão; a igreja não pertence ao Cónego em questão, a igreja pertence ao povo. Foi o que sempre apreendi na catequese: a igreja é o Povo. Esse povo, da qual fazia parte a minha Mãe e muitas outras pessoas que muito contribuíram e ajudaram a construir e manter a igreja como ela é.

Fomos então obrigados a levar o funeral da minha Mãe - tão devota à igreja de Machico- para outra paróquia que não era a sua.

O sr. Padre Martinho, se ainda fosse vivo, nunca teria feito tal maldade nem injúria á memória da minha saudosa Mãe.

Além do adicional sofrimento e angústia à família por a missa não poder ser celebrada na paróquia de Machico também provocou um incómodo e inconveniência a muitas pessoas amigas e conhecidas da minha Mãe que queriam ir ao funeral.

Como não foi na paróquia da vila não tinham meios de se deslocaram a outra paróquia ficando assim muitas pessoas incapacitadas de assistir e dizer o último adeus à minha Mãe. O que foi muito injusto e cruel para todas essas pessoas.

E por esta razão e por o Cónego ter sido tão arrogante e hipócrita estou a lhe escrever visto ser Vossa Excelência Reverendíssima Senhor Bispo responsável por todas as dioceses e gostaria que tivesse a amabilidade me dar uma explicação porque é que um padre pode fazer isto a uma família em sofrimento. Isto não deve ser permitido nem tolerado.

Somos uma família que íamos a missa todos os domingos e agora estamos revoltados e extremamente aborrecidos e até chateados com a atitude egoísta e vingativa deste Cónego. Queremos que ele tenha a noção do mal e do enorme problema, angústia, ansiedade e sofrimento adicional que causou a toda a família.

Se não obtiver resposta sua em tempo útil, serei forçada a publicar na comunicação social e nas redes sociais para que todos saibam o tipo de Cónego vingativo e egoísta se encontra na paróquia de Machico.

Aguardo a sua resposta a minha questão e quais os procedimentos que serão adotados por forma a evitar que outras famílias em sofrimento passem por idêntica.