Madeira

Jorge Carvalho lembra que “em menos de uma década” a Madeira perderá cerca de 10 mil alunos

Foto Rui Silva/ASPRESS
Foto Rui Silva/ASPRESS

A Madeira tem cerca de 45 mil pessoas com menos de 18 anos, um pouco menos integram o sistema educativo que conta com cerca de 6.200 professores. Um quadro que deverá continuar a mudar, nos próximos dez anos, com uma redução substancial de alunos. Jorge Carvalho admite que, numa previsão moderada, sejam menos 10 mil os alunos no sistema de ensino regional. Um quadro que obriga a uma reflexão profunda.

O secretário regional da Educação fez a última intervenção da primeira parte das ‘Novas Conferências do Casino’, organizadas pelo Diário e pela SRE e que este ano têm como tema ‘Insularidade e Educação’.

Jorge Carvalho começou por caracterizar o sector da educação regional, com dados que mostram a evolução desde a Revolução do 25 de Abril de 1974, quando a taxa de analfabetismo, na Madeira, era superior a 50%. Hoje, esse valor ainda é alto - o mais alto do pais - mas está abaixo dos 7%.

“Da escola por cima do palheiro”, a Região evoluiu para novos equipamentos e para a escola a tempo inteiro.

Um número destacado pelo secretário da Educação é o do pré-escolar, em que a Madeira atingiu, ainda em 2012, as metas apontadas pela UE (95%).

As taxas de retenção baixaram muito e a taxa de conclusão do ensino secundário estava, no ano passado, em 83%.

Jorge Carvalho abordou a questão do abandono escolar para “ desmistificar” o problema. Em 2011, último Censo, a Madeira tinha uma taxa de 2,2% que, garante, será muito menor em 2021. “São números que merecem atenção mas não preocupação”, sublinha.

As “mutações demográficas” são um dado incontornável para o futuro, bem como a formação para as novas realidades. A população vai diminuir, a esperança de vida vai aumentar e é obrigatória uma educação ao longo da vida.

A internacionalização - “capacitar os jovens para trabalharem em qualquer parte do mundo incluindo a sua região” - e a adaptação às novas tecnologias e modos de vida, terão de fazer parte dos planos de ensino.

“Educarbe formar no Atlântico implica gerações livres e autónomas, portadoras de competências globais, tolerantes e solidárias, capazes de questionar o adquirido e de superar os desafios de cada momento”, conclui.