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Universidades chinesas vão ser alvo de novas inspeções ideológicas

Objectivo é assegurar que seguem a linha traçada pelo Partido Comunista, com o governo chinês a apostar no reforço do controlo sobre o sector académico

Foto EPA/HOW HWEE YOUNG
Foto EPA/HOW HWEE YOUNG

O Governo chinês anunciou que as universidades vão ser alvo de novas inspeções ideológicas para assegurar que seguem a linha traçada pelo Partido Comunista, de acordo com uma campanha do Executivo para reforçar o controlo sobre o setor académico.

Os novos controlos realizaram-se em 29 universidades, incluindo algumas das mais prestigiadas do país, como a Universidade de Pequim ou a de Tsinghua, ambas na capital, segundo um comunicado da Comissão para a Inspeção da Disciplina emitido na quarta-feira à noite.

Esta comissão é liderada por Wang Qishan, homem de confiança do Presidente chinês, Xi Jinping, e é o organismo que comanda a campanha anticorrupção impulsionada por Xi desde que subiu ao poder, que alguns analistas consideram ser um instrumento para eliminar as fações opositoras.

Todas as universidades estão sob o controlo do Partido Comunista -- e, por isso, do Governo -- pelo que os processos de seleção do pessoal são estritamente vigiados e o ensino é submetido a censura se não cumprir com os critérios definidos pelo Executivo.

No comunicado, a comissão apela a que sejam seguidos os princípios sublinhados por Xi durante um discurso, em dezembro, em que pediu aos centros universitários que se convertam num “bastião de liderança” do partido.

“São universidades socialistas com características chinesas. A educação de alto nível deve ser guiada pelo marxismo”, enfatizou Xi durante um encontro com representantes do partido nas universidades mais importantes da China.

A nova ronda de inspeções tem como objetivo assegurar que os centros continuam a seguir a linha do partido e mantêm Xi como “líder central”, segundo o comunicado.