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Quo vadis, Escola Hoteleira?!

A Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira foi criada, em 1997, com o intuito de formar recursos humanos capazes de responderem às necessidades do principal setor económico e estratégico da Região. Desde então, a escola Hoteleira – como é commumente designada – formou milhares de profissionais de excelência que ingressaram, na sua maioria, no mercado de trabalho nas áreas do turismo e similares respondendo, desta forma, às necessidades do mercado laboral nas áreas da Hotelaria e Turismo. No entanto, treze anos após a sua criação, o Governo Regional optou por concessionar a sua exploração ao Centro de Estudos e Formação do Funchal, S.A., desresponsabilizando-se da sua gestão pública efetiva. Desde essa altura, a Escola tem sido notícia por motivos bem diferentes daquele que é o seu papel. Uma auditoria do Tribunal de Contas detetou algumas irregularidades graves na gestão privada da Escola Hoteleira, tendo-se verificado, também, o incumprimento da cláusula relativa ao pagamento das rendas, entre outros problemas. A situação daqui resultante resvalou para processos judiciais e, no ano passado, o Governo Regional foi forçado a vir a público declarar o fim desta concessão no final deste ano letivo 2017-2018. Numa altura em que caminhamos, a passos largos, para o final do ano letivo, questionei, na passada sexta-feira, na Assembleia Legislativa, a Sra. Secretária Regional do Turismo acerca do futuro desta Instituição, tendo a governante recusado responder. Ao que tudo indica, e de acordo com informações não oficiais que me chegaram, parece que o Governo Regional poderá optar por uma de duas soluções: ou renova o contrato de concessão com a atual concessionária, dando o dito pelo não dito (o que já começa a ser habitual neste governo!), ou então – o que é mais provável – abrirá concurso para uma nova concessão a privados. É inaceitável que se volte a entregar aos privados, de mão-beijada, a concessão da escola de Hotelaria e Turismo da Madeira. Depois das trapalhadas que se verificaram, esta Escola deve voltar já para a tutela da Região, sendo integrada no Instituto para a Qualificação, onde já está, por exemplo a Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes. Esta solução salvaguarda os interesses da Região, garante a colocação de todos os atuais formadores e demais funcionários da Escola Hoteleira e garante a excelência da oferta formativa desta Instituição. Porque, como se provou neste caso, os privados não gerem melhor a coisa pública!