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Venezuela fecha fronteiras aéreas e marítimas com a Aruba, Curaçau e Bonaire

Foto EPA
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O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na noite de sexta-feira o fecho das fronteiras aéreas e marítimas com as Antilhas holandesas de Aruba, Curaçau e Bonaire, durante as próximas 72 horas.

“Ordenei a imediata tomada de todos os portos e aeroportos por onde nos comunicamos e onde se fazem trabalhos de intercâmbios comercial e de passageiros com Aruba, Curaçau e Bonaire”, disse.

Nicolás Maduro falava durante um Conselho de Ministros, no palácio presidencial de Miraflores, transmitido pela televisão estatal venezuelana.

“A partir do dia de hoje [sexta-feira] e durante 72 horas, fecham-se todas as comunicações por ar e mar com Aruba, Curaçau e Bonaire, para estabelecer uma reestruturação e uma defesa dos interesses económicos da Venezuela, que são interesses sagrados”, disse.

A medida, anunciada pelo Presidente da Venezuela, tem lugar depois de várias denúncias sobre o alegado contrabando de cabos de telecomunicações, de eletricidade e outros produtos, desde a Península de Paraguaná (centro norte da Venezuela, o ponto mais perto daquelas ilhas), para aquelas ilhas.

Durante o anúncio o Chefe de Estado explicou que desde há três anos tem “exigido” às autoridades daquelas ilhas que tomem medidas para combater o contrabando de “oro, ‘coltan’ (um mineral), diamante, cobre e produtos alimentares”.

“Eu não queria tomar uma medida como esta, mas estou na disposição inclusive de tomar uma medida mais radical”, frisou.

Por outro lado, anunciou também que instruiu o vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, e o ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, para iniciarem conversações com os chefes de Governo das Antilhas, para “estabelecer um mecanismo de comércio e intercâmbio são”.

Nesse sentido, ordenou às Forças Armadas Venezuelanas que ativem a Operação Sentinela, para estabelecer mecanismos de vigilância e combater o contrabando entre a Venezuela e as Antilhas.

Nicolás Maduro sublinhou ainda que os venezuelanos e turistas com voos programados entre a Venezuela e aquelas ilhas têm “todas as garantias” de transporte.

Na sequência do anúncio, segundo fontes não oficiais, foram militarizados os portos e aeroportos venezuelanos de Zazárida, Guaranao, Las Piedras, La Vela, Muaco, San José de La Costa e Tucacas.

A Venezuela encerrou, por várias ocasiões, desde 2014, as fronteiras com a Colômbia e o Brasil, justificando a medida com o contrabando de combustível e de bens de primeira necessidade e, em dezembro de 2016, voltou a fazê-lo para evitar o contrabando de notas, as quais estariam a ser desviadas por máfias que procuravam desestabilizar a economia venezuelana, segundo o Governo.

Na Venezuela são frequentes as queixas da população relativamente às dificuldades em conseguir produtos do cabaz básico alimentar e medicamentos, que escasseiam no mercado local.