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Suécia exige à China “libertação imediata” de editor Gui Minhai

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A Suécia exigiu hoje a “libertação imediata” do editor de livros sueco de origem chinesa Gui Minhai, vendedor de obras que ridicularizam Pequim que foi novamente detido na semana passada na China por agentes à paisana.

“Desejamos que o nosso concidadão seja imediatamente libertado e que possa reunir-se com pessoal diplomático e médico”, declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Margot Wallström, em comunicado.

Segundo a sua filha Angela, Gui Minhai foi detido no sábado, no comboio em que viajava para Pequim, juntamente com dois diplomatas suecos, proveniente da cidade de Ningbo (leste), onde reside.

O editor deslocava-se à capital chinesa para consultar um médico devido a sintomas da doença de Charcot-Marie-Tooth, uma neuropatia de que padece.

“Numa das estações antes de Pequim, uma dezena de homens à civil subiu a bordo, dizendo ser da polícia, algemaram-no e levaram-no e, desde então, estou sem notícias”, declarou a filha à rádio pública sueca.

A chefe da diplomacia sueca, que por duas vezes, nos últimos dias, convocou o embaixador da China em Estocolmo, confirmou a detenção na presença de “pessoal diplomático que prestava ajuda consular a um cidadão sueco necessitado de cuidados médicos, em conformidade com as normas fundamentais de direito internacional”.

As autoridades suecas encaram com “a maior preocupação” a detenção “sem mais explicações” de Gui Minhai, acrescentou Wallström.

Gui Minhai desapareceu pela primeira vez em 2015, durante férias na Tailândia, e foi, em seguida, levado para a China, onde esteve detido num local secreto.

Em fevereiro de 2016, reapareceu na televisão chinesa em lágrimas, confessando o seu envolvimento num acidente de viação quando estava embriagado.

Numa outra entrevista transmitida no mesmo ano, o editor confessou ter tentado contrabandear livros proibidos na China.

As autoridades chinesas tinham afirmado em outubro de 2017 ter libertado o editor, mas a situação manteve-se confusa quanto à sua liberdade de movimentos.

A sua filha indicou que, desde a sua libertação oficial, o pai foi instalado num apartamento da polícia, sob vigilância.