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Primeiro-ministro ucraniano acusa Rússia de estar implicada no assassinato de jornalista

FOTO Reuters
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O primeiro-ministro ucraniano, Vladimir Groisman, acusou a Rússia de estar por detrás do assassinato do jornalista russo Arkady Babchenko, morto a tiro na noite de terça-feira na sua casa, em Kiev.

“Tenho a certeza de que a máquina do totalitarismo russo não o perdoou pela sua honestidade e princípios”, escreveu Groisman no Facebook.

O político acrescentou que Babchenko era “um verdadeiro amigo da Ucrânia”, que disse ao mundo “a verdade sobre a agressão russa”.

Os assassinos devem ser punidos”, afirmou o político ucraniano.

Também o ministro dos negócios Estrangeiros da Ucrânia, Pável Klimkin, apontou para Moscovo como o mais provável responsável pelo assassinato do jornalista.

“É muito cedo para dizer quem está por detrás disso, mas situações semelhantes lembram-nos que a Rússia usa tácticas diferentes para desestabilizar a Ucrânia, em particular, perpetrando ataques terroristas, actividades de sabotagem e assassinatos políticos”, disse Klimkin numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.

O chefe da diplomacia ucraniana assegurou que o jornalista teve de deixar a Rússia (em 2017) “após ataques e ameaças a ele e à sua família”.

“Ele continuou a lutar por uma Rússia democrática, pela Ucrânia e, é claro, Moscovo viu-o como um inimigo”, acrescentou.

O chefe da diplomacia russa, Serguéi Lavrov, lamentou hoje de manhã que a Rússia esteja a ser acusada de estar implicada neste assassinato.

“Uma nova tragédia ocorreu ontem [terça-feira] em Kiev. Arkady Babchenko foi morto a tiro na porta da sua própria casa e o primeiro-ministro ucraniano já alega que, é claro, os serviços secretos russos o fizeram “, disse Lavrov, falando em Moscovo.

O ministro russo lamentou que as acusações tenham sido feitas sobre a Rússia mesmo antes do início da investigação oficial do assassinato.

Arkadi Babchenko, muito crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, foi assassinado na terça-feira com diversos tiros nas costas, na capital ucraniana.

O jornalista foi encontrado pela esposa no edifício do seu apartamento, em Kiev, e morreu na ambulância que o transportava para o hospital.

Babchenko esteve nas fileiras militares russas e combateu na primeira guerra separatista na Chechénia, durante a década de 1990. Mais tarde, tornou-se jornalista, trabalhando como correspondente militar para vários meios russos, e publicou vários livros baseados nas suas experiências de guerra.

Babchenko saiu da Federação Russa em Fevereiro de 2017, dizendo-se alvo de ameaças e que estava preocupado que pudesse ser preso.