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Primeiro-ministro italiano condena ataque a imigrantes em Macerata

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O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, condenou hoje o ataque a imigrantes africanos na cidade de Macerata, que provocou seis feridos, afirmando que “o ódio e a violência” não vão conseguir dividir os italianos.

“Uma coisa é certa, crimes horríveis e comportamentos criminosos serão processados e punidos. Esta é a lei”, disse o primeiro ministro, acrescentando que Itália será particularmente severa “especialmente contra quem pensa em alimentar essa espiral de violência”.”Vamos acabar com isso juntos”, disse.

Um jovem italiano foi detido depois de ter disparado contra várias pessoas no centro da cidade italiana de Macerata, provocando seis feridos “de nacionalidade estrangeira” e todos de raça negra, informaram as autoridades locais.

As autoridades italianas identificaram o atirador como Luca Traini, um italiano de 28 anos, sem cadastro. A agência de notícias italiana ANSA noticiou que Traini tinha sido candidato pela Liga do Norte em eleições autárquicas do ano passado na cidade de Corridonia, fazendo campanha contra a presença de imigrantes. Não foi eleito.

Um vídeo divulgado por um jornal mostra um homem com uma bandeira italiana sobre os ombros a ser preso pela polícia, perto do local onde aparentemente Luca Traini abandonou a viatura. Algumas notícias deram conta de que o homem teria feito a saudação nazi quando foi preso mas tal não é visível no vídeo.

As autoridades estão a investigar as causas do tiroteio, que aconteceu perto do mesmo lugar onde recentemente foi encontrado o cadáver da jovem Pamela Mastropietro, desmembrado e metido em malas.

O crime chocou o país e como suspeito foi detido um nigeriano candidato a asilo de 29 anos, identificado como Innocen Oseghale, supostamente traficante de drogas.

O tiroteio acontece quando decorre a pré-campanha eleitoral para as eleições gerais de 04 de março.

Questionado pela imprensa, Matteo Salvini, o líder da Liga do Norte, uma força política considerada xenófoba, disse desejar chegar ao Governo para “devolver a segurança a toda a Itália, a justiça social e a serenidade”. E acrescentou que uma “imigração fora de controlo, uma invasão como a organizada, desejada e financiadas nos últimos anos, leva a um desencontro social”.

Salvini, que concorre com Silvio Berlusconi numa coligação que as sondagens apontam como possível ganhadora, atribuiu a “responsabilidade moral de cada caso de violência que aconteça em Itália aos que encheram o país de clandestinos”.

O representante da Amnistia Internacional em Itália, Antonio Marchesi, que lamentou o sucedido, afirmou que “lamentavelmente o clima de ódio que circula no país em vésperas da campanha eleitoral não é prenúncio de nada de bom”.