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Parlamento venezuelano subscreve declaração do Grupo de Lima sobre eleições presidenciais

O grupo de Lima.    Foto REUTERS/Guadalupe Pardo
O grupo de Lima. Foto REUTERS/Guadalupe Pardo

O presidente da Comissão de Política Exterior do parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, disse na quinta-feira que a assembleia subscreve a declaração do Grupo de Lima sobre as eleições presidenciais convocadas para 22 de abril.

Em comunicado, o opositor ao regime venezuelano Luis Florido considera que a declaração do Grupo de Lima sobre o sufrágio “foi bastante firme e contundente”, referindo que acompanha o povo venezuelano ao qual foi tirado o “direito a eleições livres com garantias democráticas”.

Na quarta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 14 países que compõem o Grupo de Lima condenaram a convocação de eleições presidenciais antecipadas na Venezuela e pediram ao Presidente do país, Nicolás Maduro, que apresente um novo calendário eleitoral.

“Apelamos ao Governo da Venezuela que reconsidere a convocatória de eleições presidenciais para 22 de abril e que apresente um novo calendário eleitoral”, refere um comunicado divulgado terça-feira, no Peru.

O documento começa por explicar que o Grupo de Lima condena “a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de convocar unilateralmente eleições presidenciais” para aquela data “sem ter alcançado um acordo com a oposição, tal como o Governo se tinha comprometido”.

“[Expressamos] a mais firme condenação a essa decisão, que impossibilita a realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes e credíveis, com a participação de todos os atores políticos venezuelanos”, salienta o comunicado.

Para o Grupo de Lima, “não pode haver eleições livres e justas, com presos políticos, sem a plena participação dos partidos políticos e líderes detidos ou inabilitados arbitrariamente, com uma autoridade eleitoral sob o controlo do Governo”.

Também “sem a participação de milhões de venezuelanos que estão no estrangeiro impossibilitados de votar” e com uma convocatória feita “originalmente pela assembleia constituinte, um órgão que carece de legitimidade e legalidade, cuja existência e decisões” os subscritores não reconhecem.

Nesse sentido, Luis Florido propôs na quinta-feira no parlamento o estabelecimento de uma “conexão com a diáspora venezuelana para exercer maior pressão” contra o Governo de Nicolás Maduro e, dessa forma, alcançar condições justas para o processo eleitoral.

Em 07 de fevereiro, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela convocou eleições presidenciais para 22 de abril, cumprindo um decreto da Assembleia Nacional Constituinte, que determinou a realização do sufrágio antes de maio.

A oposição considera que não está garantido um ato eleitoral transparente.