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ONU espera que países vizinhos continuem a acolher venezuelanos

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A ONU afirmou hoje esperar que todos os países vizinhos da Venezuela continuem a mostrar disponibilidade para acolher as pessoas que fogem da crise vivida atualmente no território venezuelano, manifestando ainda vontade para apoiar tal esforço.

O porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, declarou que a organização internacional está a encarar com “preocupação” o elevado número de pessoas que está a sair da Venezuela à procura de “melhores condições” de vida.

A Venezuela, país que conta com uma importante comunidade portuguesa, atravessa uma grave crise económica, social e humanitária que já obrigou milhares de pessoas a fugirem daquele território, atravessando as fronteiras em direção ao Brasil, Colômbia, Equador, Peru ou Chile.

“Esperamos que todos os países vizinhos mantenham as suas portas abertas e estamos preparados para ajudar no apoio das pessoas que atravessam as fronteiras”, disse Farhan Haq, quando questionado sobre o assunto durante a conferência de imprensa diária na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O porta-voz da ONU fez uma referência concreta ao Equador, que declarou na semana passada o estado de emergência em algumas províncias, devido ao elevado número de venezuelanos a cruzar a fronteira norte do país.

“Estamos agradecidos ao povo e ao Governo do Equador pela sua generosidade e por permitirem que os venezuelanos em situação de necessidade entrem no país”, prosseguiu Farhan Haq.

Na passada sexta-feira, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicou que mais de 5.000 venezuelanos estão a chegar todos os dias ao Equador desde o início do mês de agosto.

Sobre a situação política na Venezuela, e após a tentativa de ataque denunciada no início de agosto pelo Presidente Nicolás Maduro e as consequentes detenções realizadas pelas autoridades de Caracas, o representante assegurou que a ONU está preocupada com os últimos acontecimentos e que rejeita “qualquer ato de violência”.

O porta-voz reiterou o pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que “todos os atores venezuelanos façam todos os esforços para procurar consensos e responder aos muitos problemas do país, defendendo os direitos humanos de todos os venezuelanos e ao abrigo do Estado de direito”.