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Noruega suspende venda de armas aos Emirados Árabes Unidos por causa da guerra no Iémen

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O Governo norueguês anunciou hoje a suspensão da venda de armas aos Emirados Árabes Unidos (EAU) devido à sua possível utilização na guerra do Iémen, onde o país encabeça uma coligação árabe, juntamente com a Arábia Saudita.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega referiu-se, em comunicado, ao “crescente risco” da participação militar dos EAU, mas sublinhou não haver provas de que armas norueguesas tenham sido usadas no Iémen, pelo que se trata de uma medida de caráter preventivo.

A evolução do conflito no Iémen desde o outono tem sido “grave” e existe uma “grande preocupação” com a situação humanitária, acrescenta o mesmo texto.

O ministério garante que está a seguir de perto o conflito e realiza “estimativas individuais e minuciosas” de cada pedido de venda de armas, “sobretudo pensando no risco de uso de material de defesa norueguês no Iémen e de violações dos direitos humanos”.

Em 2016, a Noruega vendeu 10,2 milhões de euros em armas e munições aos EAU.

A Arábia Saudita, excluída das exportações de armas norueguesas, lidera com os EAU a coligação que intervém no Iémen desde 2015 em apoio do Presidente exilado em Riade, Abdo Rabu Mansur Hadi, e contra os rebeldes Huthis.

Desde o início da intervenção da coligação árabe, o conflito causou mais de 8.750 mortos e dezenas de milhares de feridos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Unicef e o Programa Alimentar Mundial (PAM) recordaram há dias que o conflito no Iémen passou de crise a uma catástrofe humanitária cada vez mais grave e que 75% da população precisa de ajuda, incluindo mais de 11 milhões de crianças.