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Nobel da Paz exorta EUA e Coreia do Norte a desanuviarem clima de tensão

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As representantes do Prémio Nobel da Paz, a Campanha Internacional para Eliminar as Armas Nucleares (ICAN), alarmadas por “uma ameaça iminente”, exortaram hoje os Estados Unidos e a Coreia do Norte a um desanuviamento da tensão.

“Existe agora uma ameaça iminente”, disse Beatrice Fihn, diretora da ICAN, questionada sobre as tensões entre os dois países, numa conferência de imprensa em Oslo, na véspera da cerimónia de entrega do Nobel.

“Eu insistiria fortemente para que os dois líderes recuassem, parassem de ameaçar usar armas de destruição em massa para massacrar centenas de milhar de civis, e se comprometessem numa solução diplomática e em trabalhar “para a eliminação de armas nucleares”, acrescentou.

A tensão é elevada na Península Coreana, tendo Pyongyang aumentado os lançamentos de mísseis e os testes nucleares, enquanto foi trocando ameaças bélicas com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ordenou manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, na região.

“Exorto veementemente os dois líderes a nunca usarem armas nucleares e a dialogarem”, disse Setsuko Surlow, uma sobrevivente do bombardeamento nuclear de Hiroxima, que matou cerca de 140 mil pessoas, há 72 anos, num dos episódios finais da II Grande Guerra (1939-1945).

A mulher de 85 anos, que atualmente, mora no Canadá, e Beatrice Fihn recebem formalmente o Nobel em nome da ICAN no domingo, pelos seus esforços contra as armas atómicas.

A plataforma, que junta centenas de Organizações Não-Governamentais (ONG) em todo o mundo, promoveu esta campanha a favor do tratado histórico de proibição do uso de armas nucleares, que foi adotado em julho último, por 122 países, mas que não conta com a assinatura das nove potências nucleares, entre elas os Estados Unidos.