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Negacionista do holocausto Robert Faurisson morreu no domingo aos 89 anos

FOTO AFP
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O negacionista francês e professor de literatura Robert Faurisson, conhecido pelas teses em que contestava o genocídio dos judeus, morreu no domingo à noite em casa, em Vichy, aos 89 anos, anunciaram hoje a sua irmã e a sua editora.

“Robert Faurisson voltava de uma viagem a Inglaterra quando caiu no corredor da sua casa em Vichy”, afirmou a irmã, Yvonne Schleiter, citada pela agência francesa AFP.

A editora Akribeia também confirmou a morte do universitário, que foi várias vezes condenado pelas suas teses desde que começaram a ser publicadas na imprensa em 1978.

Antigo professor de literatura na Universidade de Lyon, Robert Faurisson provocou críticas da parte das vítimas da Shoah (palavra hebraica para “catástrofe”, que designa o genocídio dos judeus) e de toda a sociedade francesa e europeia.

O negacionista do holocausto, que contestou a autenticidade do “Diário de Anne Frank” (jornal íntimo de uma jovem judia holandesa), afirmava que o genocídio dos judeus pelos nazis era uma mentira destinada a receber indemnizações de guerra e que os deportados morreram de doenças e malnutrição.

Robert Faurisson foi condenado três vezes por negação de crimes contra a humanidade depois de ter contestado a existência da Shoah e das câmaras de gás, segundo a versão digital do jornal francês Le Parisien.

“As alegadas ‘câmaras de gás’ e o alegado ‘genocídio’ dos judeus formam uma única e mesma mentira histórica, que permitiu uma gigantesca fraude político-financeira cujos principais beneficiários são o Estado de Israel e o sionismo internacional, e cujas principais vítimas são o povo alemão e o povo palestiniano”, disse o universitário na antena da estação da rádio francesa Europe 1, em 1980, como relembra a página digital do jornal Le Monde.

Em 2007, Robert Faurisson perdeu um processo contra Robert Badinter que o designou de “falsificador da história”.