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Monge acusado de má conduta sexual deixa presidência da Associação Budista da China

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Shi Xuecheng, o monge que presidia a Associação Budista da China, demitiu-se do cargo, após acusações de má conduta sexual e desvio de fundos, ilustrando o crescente dinamismo do movimento #metoo (”Eu também”) no país asiático.

Um crescente número de académicos, artistas e activistas têm apelado para a denúncia em casos de comportamento impróprio, apesar de o movimento não ter ainda tido repercussões nos meios governamentais.

Num relatório periódico, a Associação informa hoje que Shi abandonou o cargo, mas sem mencionar a controvérsia em torno deste.

Um dos mais conhecidos monges e autores chineses, Shi era um influente conselheiro político para o Governo central chinês.

Situado no norte de Pequim, o seu mosteiro, Longquan, é conhecido entre os chineses bem-educados, incluindo aqueles que abdicam de trabalhos bem remunerados para se dedicarem ao estudo religioso.

Este ano, dois monges compilaram um dossier de 95 páginas sobre Shi Xuecheng e entregaram-no à polícia de Pequim.

O documento, que incluía imagens de mensagens de texto alegadamente enviadas pelo monge a freiras e o balanço financeiro do mosteiro, tornou-se viral, em julho, após ter sido vazado nas redes sociais do país.

O caso obteve grande atenção por parte da imprensa chinesa, mas Shi afirmou que o documento foi fabricado.

A China tem quase 250 milhões de budistas e aquele número está provavelmente a crescer face à crescente adesão dos mais jovens ao espiritualismo.

Na semana passada, a Administração Estatal dos Assuntos Religiosos, o órgão do Governo encarregue de gerir as religiões no país, anunciou uma investigação a Shi.

Nos últimos meses, vários académicos prestigiados foram demitidos por má conduta sexual na China.