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Euro recua devido a nervosismo com queda da lira turca

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O euro seguia hoje abaixo de 1,15 dólares, depois de ter caído para o valor mais baixo desde há um ano face ao dólar, 1,1432 dólares, devido ao nervosismo com a queda da lira turca.

Às 12h57 (hora de Lisboa) o euro seguia a 1,1469 dólares, muito abaixo do valor a que seguia na quinta-feira ao final do dia, 1,1575 dólares. Ao início da manhã, a divisa europeia atingiu 1,1432 dólares, um mínimo desde Julho do ano passado.

O Banco Central Europeu (BCE) mostrou preocupação com a exposição de alguns bancos europeus à Turquia, segundo o jornal Financial Times.

A depreciação da lira turca acentuou-se hoje, chegando a recuar 13,5% face ao dólar, devido ao nervosismo e à perda de confiança dos mercados, num contexto de crise diplomática com os Estados Unidos e de interferência do Governo na política monetária.

No entanto, ao longo da manhã, a situação ficou mais tranquila e a lira recuperou algumas posições.

A queda da moeda turca registou-se após informações sobre uma reunião inconclusiva entre responsáveis turcos e dos Estados Unidos sobre a detenção do pastor evangélico norte-americano Andrew Brunson.

A prisão deste religioso, detido em 2016 e agora em regime de residência vigiada, motivou a imposição por Washington de sanções punitivas a dois ministros turcos e um aviso sobre possíveis medidas adicionais.

Outro foco de preocupação relaciona-se com a independência do banco central turco e a possibilidade de ser alvo de pressões políticas.

O Presidente, Recep Tayyip Erdogan, pretende que o banco mantenha baixas taxa de juro para apoiar o crescimento económico, mas economistas independentes consideram que deviam ser adoptadas medidas alternativas para conter a inflação, com a taxa de inflação anual em 15,8%.

O BCE mostrou-se preocupado com a exposição dos grandes bancos europeus à Turquia, mas considerou que a situação ainda não é grave, segundo o Financial Times, citado pela agência Efe.

Os bancos europeus mais expostos à Turquia são o espanhol BBVA, o francês BNP Paribas e o italiano UniCredit, que hoje desciam em bolsa, de acordo com as mesmas fontes.