Cabo Verde quase sem transporte marítimo entre ilhas devido a depressão tropical
O transporte marítimo entre as ilhas de Cabo Verde está suspenso, com excepção da ligação São Vicente-Santo Antão, devido à passagem de uma depressão tropical pelo arquipélago, onde a chegada da chuva foi saudada pelos habitantes.
Segundo disse à Lusa o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC), Reinaldo Rodrigues, o transporte marítimo foi suspenso devido à forte ondulação que se regista e também à “imprevisibilidade do tempo”.
O arquipélago de Cabo Verde está a ser atingido por uma depressão tropical, a qual está a provocar ventos fortes, uma forte ondulação e chuva, em alguns períodos com forte intensidade.
As ligações aéreas não foram para já afectadas, apenas as marítimas, com excepção da existente entre São Vicente e Santo Antão, adiantou Reinaldo Rodrigues.
O SNPC está a acompanhar os efeitos da passagem da depressão tropical pelo arquipélago, onde se registaram “alguns deslizamentos de terra”, sem consequências graves.
Ao longo das ruas, onde o trânsito é mais demorado por causa da chuva que se acumula nas vias, os transeuntes ignoram os transtornos da chuva, congratulando-se pela sua chegada, após um ano de seca que levou o governo a distribuir sementes para mitigar as dificuldades das famílias que vivem da produção agrícola.
Ao final da tarde, uma forte chuvada levou mesmo alguns comerciantes a deslocarem-se até às portas das lojas de uma das principais ruas da capital para observar a bátega, com vários a bater palmas e a simular abraços à chuva.
Nas praias que normalmente são frequentadas por centenas de pessoas -- Prainha, Quebra-Canela e Gamboa -- só meia dúzia de banhistas arriscava a forte ondulação, ignorando assim as recomendações do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG).
Este organismo recomenda à população que tome medidas de precaução e segurança, face à ocorrência de ventos fortes, principalmente nas zonas de maior altitude, forte agitação marítima, com destaque para o litoral sudeste e sul das ilhas do Sal, Boavista, Maio, Santiago, Fogo e Brava.
O instituto alerta ainda para a possibilidade de se registarem enchentes nas zonas baixas e deslizamento de terras nas encostas.