Madeira

“Vão com calma”, pede Pedro Calado aos jovens

ALM recebeu iniciativa de luta contra a violência no namoro

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“Fico constrangido porque não deveria ser necessário falar sobre isto. Haver palestras destas é um sinal de que já chegámos a um ponto mesmo negativo”, afirmou Pedro Calado, perante uma plateia composta maioritariamente por jovens que, durante a manhã de hoje, participaram numa iniciativa da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, que decorreu no Salão Nobre da Assembleia, para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação a Violência Contra as Mulheres. Um dia que se comemora amanhã e que este ano tem como tema a violência no namoro.

O vice-presidente do Governo Regional participou na sessão de encerramento e apelou os jovens para deixarem de “estar constantemente agarrados às teclas dos telemóveis” e falarem. Jovens que, não tem dúvidas, têm acesso a muito mais informação, “são adultos mais cedo”, mas que “falam muito pouco entre si”, sem uma “comunicação aberta e uma amizade fraterna”.

Pedro Calado reconhece a gravidade da violência no namoro e apela a mais diálogo, amizade e solidariedade entre os mais novos.

“Vão com calma. Hoje, os jovens vão muito depressa. Muitas vezes, a velocidade é inimiga da qualidade de vida”.

Antes, já a secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade, tinha assumido que a luta contra a violência doméstica é uma “prioridade” e destacou o trabalho desenvolvido por diversas entidades, na Região. Na madeira, 95% das vítimas de violência doméstica são mulheres e a violência no namoro é um problema cada vez maior. “É necessário intervir o mais cedo possível”, garante.

“A violência no namoro é uma anormalidade, é motivo de preocupação e tem de ser denunciada atempadamente”, disse Tranquada Gomes.

Para o presidente do parlamento não é possível construir “uma sociedade melhor se formos tolerantes com a violência no namoro”.

No início da sessão de encerramento, os governantes e o presidente da ALM juntaram laços aos que já se encontravam num monumento simbólico, construído ao longo da manhã e ouviram a leitura do manifesto que foi aprovado pelos participantes.

Um texto em que os jovens pedem aulas que os “ensinem a descobrir quanto fantásticos” são, pedem para “falar em voz alta com os adultos”, trabalhar na prevenção e na denúncia da violência, pedem mais meios para integração das famílias na luta contra a violência. Aos meios de comunicação social pedem que “falem mais de amor.”

Números preocupantes