Madeira

Rastreio de acuidade visual infantil será realidade em 2019

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Na Região existem cerca de 26 mil diabéticos e é a partir da prevenção que se podem evitar novos casos. Para isso, explicou o secretário regional da Saúde, o rastreio de acuidade visual para as crianças será uma realidade já em 2019.

Pedro Ramos falou, esta quinta-feira, a propósito as XIV Jornadas da Diabetes na Madeira, uma iniciativa promovida pelo Serviço de Endocrinologia do Serviço de Saúde da Região, que estão acontecer no auditório do Hotel Vidamar - e que está cheio, apesar dos vários voos cancelados pela TAP e que impediram a chegada de dezenas de participantes.

O secretário regional da Saúde avançou que, a juntar aos quatro rastreios já existentes na Região - do cancro da mama, do cancro do colo uterino, do cancro do colo rectal e o da retinopatia diabética - o ano novo trará também um despiste direccionado para as crianças: “O rastreio da acuidade visual como forma de prevenir as lesões que aparecem na idade infantil, para que sejam dignosticadas precocemente e possamos evitar que progridam para outras mais complexas”. Os cinco rastreios serão geridos pelo Instituto de Administração da Saúde (IASaúde) e serão implantados no Centro de Rastreio da Região Autónoma da Madeira que, recorde-se, será outra das novidades do próximo ano: “Para obter melhores resultados e para transmitir que o funcionamento em Saúde é sempre multidisciplinar na realidade actual, e que os colegas hospitalares e de cuidados de saúde primários devem trabalhar em conjunto e em articulação adequada”.

Pedro Ramos lembrou que os rastreios do cancro da mama e o da retinopatia diabética são organizados (o primeiro com quase 20 anos na Região e o segundo com dez anos) e que o próximo passo é que os restantes também sejam: “O da retinopatia diabética é um orgulho, permite aferir as lesões e tratá-la, poupando dinheiro à Saúde. Os dos colo uterino e rectal existem de uma forma oportunística e por isso com uma adesão inferior. Queremos que sejam implementados na Região de uma forma organizada”. Para tal, os profissionais do SESARAM especialistas na área serão envolvidos no processo, assim como enfermeiros e médicos de família.

Na Região, a taxa de adesão aos rastreios fixa-se nos 70% e apesar do governante afirmar que o valor é positivo “em termos de validação do rastreio existente”, o objectivo é superar este nível: “Só assim conseguiremos melhores resultados para a nossa população. Em termos de morbilidade ou até de mortalidade para as várias situações”.

Em 2019, disse ainda Pedro Ramos, a Região investirá em mais programas voltados para a diabetes. Os “pacientes com pé diabético, problemas de origem vascular” serão acompanhados em Hospital de dia, com enfermeiros, médicos de medicina geral e familiar, especialistas de cirurgia vascular e ortopedia. “Temos a obrigatoriedade de reduzir as percentagens de morbilidade e mortalidade destes doentes”.

No geral, Pedro Ramos sublinhou que o segredo está na prevenção: “Estamos a investir muito na promoção da Saúde, na prevenção da doença. A jusante, a maioria das doenças - agudas e crónicas, paliativas e que requerem os cuidados continuados - já têm um acompanhamento por parte do Governo Regional, do Serviço Regional de Saúde, com medidas implementadas há vários anos. Este investimento adicional na área da promoção não traz resultados imediatos, mas dentro de cinco a dez anos a nossa população estará com outros indicadores de Saúde”, sem esquecer de apontar que os cidadãos também devem ser responsáveis, e investir em bons hábitos de vida, em alimentação saudável, nos programas de Saúde Oral desde a infância e nos rastreios.

Em todo o mundo há cerca de 425 milhões de diabéticos, 13% dos quais são portugueses.

Bombeiros

Sobre o Estatuto Social do Bombeiro, aprovado esta quinta-feira em Assembleia Regional, Pedro Ramos (que também tem a tutela da Protecção Civil), mostrou-se satisfeito: “Traz uma nova realidade em termos sociais para estes profissionais. A Secretaria Regional tem procurado, com uma série de medidas, melhorar as condições e humanizar o trabalho do dia a dia e que só se nota em situações de excepção, como desastres e catástrofes. Mas que conduzem a uma permanência dos nossos agentes de Protecção Civil, de 24 horas, nas associações, nos quartéis e nas corporações. Naturalmente, todo este trabalho de protecção da população tem que ser reconhecido, não apenas com palmas, mas com impacto social na vida dos agentes de Protecção Civil, neste caso os bombeiros”.