Orçamento Regional Madeira

Orçamento da Madeira à espera que República cumpra

Vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, reuniu a equipa para apresentar publicamente o documento

Pedro Calado reuniu oito dos membros da equipa que trabalharam mais directamente na elaboração do ORAM2018. Foto VP
Pedro Calado reuniu oito dos membros da equipa que trabalharam mais directamente na elaboração do ORAM2018. Foto VP

O Governo Regional da Madeira apresentou, ao início da noite desta sexta-feira, o Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2018 (ORAM2018), onde realça a grande dificuldade que foi preparar um documento que está sujeito ao cumprimento do que o Governo da República prometeu. Não obstante, o Vice-presidente Pedro Calado, há pouco mais de um mês no cargo, assegura que este documento visa repor as condições de vida e rendimentos dos madeirenses antes de 2012, quando a Região foi sujeita a um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF). E mais, assegura que o Estado deve à Madeira, esperando que pague o que deve.

Ainda que o caminho para chegar lá - reduzir impostos aos madeirenses - ainda seja longo, mas não impossível, o governante salientou que o ORAM2018 é o continuar de um processo que, pelo terceiro ano consecutivo reduz impostos aos madeirenses e às empresas, algo que continuará nos próximos orçamentos, prometeu.

Na apresentação inicial, Pedro Calado frisou que “numa conjuntura nacional muito desfavorável” para a RAM, “depois de vários anos de grande esforço por parte de todos os madeirenses para o equilíbrio das suas contas públicas, para credibilização e consolidação financeira, com o reconhecimento internacional de tão importante trabalho”, da Madeira ter, inclusive, “contribuído para redução do défice nacional, o que temos sentido da parte do Governo central e de todos os partidos que hoje suportam a ‘geringonça’ do poder nacional, perante a conivência dos deputados da Madeira à Assembleia da República”, o que o Governo Regional do PSD tem “percebido do lado de lá do Atlântico é uma mão cheia de promessas vazias, sem conteúdos e de muito pouca credibilidade”, atirou.

Sobre a exigência à República: “Foi muito difícil fazer este Orçamento, não só pelos constrangimentos referidos, mas também pelo facto de ainda permaneceram em dívida da República relativamente à Madeira cerca de 140 milhões de euros. Mesmo depois do PAEF, que deixamos em 2016, a Região tem-se pautado por um grande equilíbrio financeiro e de consolidação das contas públicas. Temos noção do tipo de investimentos que temos de fazer, temos a noção que a população merece sempre um esforço no redobrar da melhoria das condições de vida, mas devo dizer que se da parte da República não houver a vontade de regularização das suas dívidas para com a Região e não houver a flexibilização de alargarmos alguns artigos da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, será com certeza um exercício muito difícil de fazer nos próximos anos até ao ponto a podermos ter um superavit”, ou seja deixar de ter orçamentos consecutivos com défice (mais despesas do que receitas).