Madeira

Madeirenses vão instruir forças iraquianas para defender o país do Estado Islâmico

Embora já tenha sido declarada vitória ante o Daesh, a coligação internacional continua a trabalhar no sentido de formar militares iraquianos. RG3 serviu de campo de treino nos últimos meses para um continente ‘especial’

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São 30 elementos que partem no dia 5 de Novembro rumo ao Iraque, onde se irão estabelecer no complexo de Basmayah, localizado a cerca de 35 quilómetros da capital daquele país do Médio Oriente, Bagdad.

A missão deste aprontamento passa por instruir as forças de segurança iraquianas em várias especializações, como artilharia, táctica, socorrismo, defesa nuclear biológica, química e radiológica ou até mesmo prestando a formação básica de um comum militar, para que os iraquianos estejam preparados a defender o país das ameaças do Estado Islâmico, ou em outro tipo de situações recorrentes, fruto de uma coligação internacional orquestrada pelos EUA e que reúne mais de 70 Estados-membros.

Esta força portuguesa tem a particularidade de integrar 14 militares madeirenses, que ao longo dos últimos meses estiveram a ser instruídos no Regimento de Guarnição N.º 3 (RG3), na Nazaré, um caso digno de relevo, não estivesse este aprontamento a assinalar a primeira projecção de forças instruídas em solo regional após a Guerra do Ultramar.

“Este exercício é o final do ciclo de aprontamento de uma força de madeirenses que está a ser projectada para o teatro de operações no Iraque. Este é o final do ciclo onde a força foi certificada, portanto reúne as condições necessárias para ter um bom desempenho”, congratulou-se o comandante da Zona Militar da Madeira, Carlos Perestrelo, em declarações prestadas antes das demonstrações de exercícios efectuadas hoje no RG3 perante algumas entidades, entre elas o Representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto.

Será também a primeira vez que estarão madeirenses no Iraque, como contingente, e “como facto curioso a última vez que a Madeira projectou forças foi há 18 anos, exactamente para o primeiro teatro de operações do pós-guerra do Ultramar”, neste caso para a Bósnia Herzegovina, na missão ‘Stabilisation Force’, da NATO, mas que foram integrados no contingente nacional. “Neste caso é um aprontamento exclusivo do RG3”, regozijou-se Carlos Perestrelo, neste que é também um claro exemplo para “que os madeirenses tenham noção das suas capacidades”.

“Houve uma preparação individual e depois colectiva, entrando depois na área de especialização. O contingente teve grande parte da formação na Madeira e teve cerca de um mês em território continental, porque houve áreas em que a Região não conseguia dar esses ensinamentos”, explicou o comandante da Zona Militar da Madeira.

Aquele que é o oitavo contingente nacional irá ficar sediado no Iraque juntamente com as forças espanholas, na base ‘Gran Capitàn’, que conta com cerca de 600 militares.

Importa ainda salientar que há mais dois elementos integrados neste contingente de 30 militares, um que será destacado para o comando em Bagdad e outro no Koweit.