Madeira

III Encontro de Voluntários juntou entidades e instituições, unidos na ajuda ao próximo

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No Dia Internacional do Voluntariado, que se assinalou hoje em todo o Mundo, os voluntários madeirenses foram homenageados numa sessão que serviu para agradecer a ajuda prestada ao longo do ano.

O III Encontro de Voluntários reuniu, na reitoria da Universidade da Madeira, várias instituições e entidade que quiseram dizer ‘obrigada’ a um trabalho de ajuda ao próximo, feito muitas vezes feito de forma anónima por pessoas que se querem sentir úteis, fazendo o que podem em prol dos que mais necessitam.

Helena Correia, da Casa do Voluntário, na Madeira, diz que o problema não é angariar pessoas que queiram ajudar, é sim mantê-las para acções futuras, salientando que no próximo ano é preciso fazer uma caracterização da população voluntária de forma a saber “o que mais pode ser feito para melhorar o trabalho voluntário na região”.

Diz que para ser voluntário basta ter vontade de ajudar, uma decisão única que deve partir de cada indivíduo e lamenta que não hajam incentivos aos jovens activos em acções de voluntariado.

Numa sessão que contou com intervenções de Custódia Drumond, vice-reitora da UMa, Madalena Nunes, vereador da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional, Manuel Rui Nunes, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e Pedro Pinto, jornalista da TVI, ficou patente que o voluntário também sofre com as situações que encontra em seu redor e que os valores da cidadania activa, da responsabilidade, da ética e da integridade estão inseridos no trabalho educativo que se faz nas escolas e na sociedade.

Coube a Manuel Rui Nunes salientar o facto de o voluntariado ser, hoje em dia, um desafio às capacidades dos jovens que enfrentam um mundo de interesses e de situações atractivas e alertou os governantes para a necessidade de uma legislação devidamente regulamentada que lhes proporcione alguns pequenos incentivos no que respeita à saúde, à educação, aos transportes e aos impostos.

Miguel Albuquerque ouviu o alerta e sublinhou que o voluntariado não é algo espontâneo que nasce em cada um, é uma vocação e um chamamento para, neste caso, ajudar os outros. “A vocácia é um termo que caiu em desuso nas sociedades materialistas, mas é o primeiro alicerce do voluntariado, algo que vem do coração e que faz com que se pratique determinadas atitudes e estilos de vida”, referiu, salientando o facto de esta actividade estar em declínio a nível mundial. Um perigo e uma preocupação, tendo em conta que “se substituirmos as pessoas pelas instituições do Estado, estamos a construir uma sociedade desumanizada porque é graças ao voluntariado que temos uma sociedade mais rica”.

O Jornalista da TVI, Pedro Pinto, foi o orador convidado deste encontro e deixou a mensagem de que o voluntariado “é importante nas sociededes tecnológicas, onde o fosso entre as pessoas mais ricas e as mais pobres se tem acentuado”. Acha que a inovação social, onde se inclui o voluntariado e a economia social, será a grande ideologia do século XXI e um ponto incontornável nos próximos anos por ser o caminho para ultrapassar tensões.

A ligação ao voluntariado é feita através de palestras e conferências, como esta no Funchal, onde conta experiências e tenta inspirar quem o ouve. Diz que é sempre possível cada um contribuir à sua maneira e ter um papel importante numa sociedade mais justa e equilibrada.