Geringonçada

Senhor Joaquim A. Moura eu li atentamente a sua carta sobre o Cavaco a voltar à Universidade e concordo consigo com algumas coisas.

De facto acho que o Cavaco Silva foi um primeiro ministro inútil que governou no tempo das galinhas gordas que agora vem criticar outros que já governam no tempo das galinhas subnutridas.

Como presidente da república foi o pior da história do nosso país e um inútil como o António Guterres a primeiro ministro.

Quanto a sair do euro, não concordo que diga que não temos nada a perder porque já não temos nada.

O que acho é que nunca deveríamos ter entrado nessa moeda desastrosa.

O nosso país só tem cortiça, vinho e azeite, não conseguimos suportar os custos tão altos desta moeda.

Se sairmos do euro, toda a Europa tem que sair, senão ficamos pobres com uma moeda sem valor como a sua querida Venezuela, cujo governo é um péssimo exemplo de incompetência, hipocrisia e ignorância para todo o mundo.

Nunca deveria ter havido sequer o projeto da moeda única.

A moeda única foi um fracasso, pode ser que beneficie a Alemanha, mas prejudica o resto da Europa, e países como o nosso e a Grécia ficam à mercê dos terroristas económicos alemães.

Vejamos o recente episódio da Autoeuropa onde pede aos funcionários em Portugal para trabalhar ao Sábado só porque criaram um novo modelo da marca mais desonesta do mundo, a VW. Eu sou contra o euro desde o início, nisso nós estamos de acordo, mas o problema é que agora estamos presos a esse lixo a que a Europa chama de moeda.

Queria apenas acrescentar que a Geringonça deixa-me muitas dúvidas.

Acho que aí até o Cavaco pode ter razão, serve de alguma coisa baixar o défice para 2.1% se a dívida pública continua a aumentar?

E a Segurança Social sempre à beira do abismo!

A Geringonça e as suas vacas a voar andam a forçar o nosso país a qualquer coisa que não suportamos.

E daqui a poucos anos, a nossa Segurança Social terá problemas, eu espero estar enganado, porque também sou português, mas acho que este país parece mesmo um caso difícil.

A nossa justiça permite pessoas que foram acusadas de corrupção se candidatarem a presidentes da Câmara, e isto quer dizer que está de rastos. E andam agora a pensar em obras públicas de milhões com dívidas para pagar de 200 milhões de euros.

O Mário Centeno chegou a dizer que essa dívida é sustentável, que piada de mau gosto!

Mas a triste realidade é que de facto somos um pobre país.

Não importa as geringonças que usemos, nós nunca nos vamos livrar dos 200 milhões de dívida, ou pelo menos facilmente.

Por muito reprovável que o Cavaco seja, admito, acho que a realidade e as fantasias socialistas são bem diferentes e que veremos isso no futuro.

Mas para bem de todo o nosso país eu espero que de facto você tenha razão naquilo que escreveu.

Mas de qualquer forma, admiro pessoas como você que ao contrário de mim, ainda acreditam no nosso país e que até posso supor que achem que o projeto europeu cause muitas desigualdades.

Nuno Santos