João Ribas é o novo director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves
O curador João Ribas é o novo director do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto, tendo sido seleccionado por concurso internacional, anunciou hoje o Conselho de Administração da Fundação de Serralves, em conferência de imprensa.
A presidente da Fundação, Ana Pinho, disse aos jornalistas que o até agora director adjunto do museu foi escolhido por unanimidade, num concurso a que “concorreram muitas pessoas”.
“O Conselho de Administração validou a escolha unânime do júri do concurso internacional e nomeou João Ribas para director do Museu”, anunciou Ana Pinho, referindo que houve um conjunto de candidatos “muitíssimo relevante, de todo o mundo”.
“Pessoas com percursos muito consideráveis, pessoas muito seniores, jovens, muito diversificado. Ficámos muitíssimo satisfeitos com a qualidade dos candidatos”, declarou aos jornalistas.
O júri foi constituído por três membros do Conselho de Administração -- Ana Pinho, Isabel Pires de Lima e Manuel Ferreira da Silva -- e por três membros externos, “três personalidades reconhecidas, especialistas no mundo da arte, mundialmente reconhecidas, que deram um grande contributo e que conhecem Serralves: Vicente Todollí, primeiro diretor do Museu de Serralves, Laurent Le Bon, presidente do Museu Picasso, e Jochen Volzs, diretor da Pinoteca, do Estado de São Paulo”.
“Escolhemos um português para liderar o museu que, por vontade própria, decidiu regressar a Portugal e a Serralves, depois de viver grande parte da sua vida no estrangeiro. Para o Conselho de Administração foi um gosto convidar João Ribas a ocupar o lugar de director. Uma pessoa da casa, que nos últimos quatro anos deu um importante contributo para a direcção e programação artística do Museu de Serralves”, explicou.
Ana Pinho referiu ainda que o Conselho de Administração de Serralves considera que João Ribas tem um “excelente percurso internacional, acompanhado por um sólido conhecimento de Serralves e do seu contexto” e que “conhece bem a arte portuguesa e a sua articulação com a promoção artística global”.
“A sua visão programática para o museu é muito estruturada, estimulante e refrescante, atributos que consideramos essenciais para liderar o novo ciclo que se aproxima, com a comemoração dos 20 anos do Museu de Serralves”, acrescentou.
João Ribas agradeceu o “enorme desafio”, como classificou, e disse que teve um enorme prazer de trabalhar em Serralves nos últimos quatro anos.
“É um enorme desafio com o qual fico muito honrado. Estou muito entusiasmado e, ao mesmo tempo, vai ser um trabalho de continuação (...). Estou muito grato com este novo desafio e acho que vai ajudar a consolidar os objectivos em comum”, disse na conferência de imprensa hoje no Museu de Serralves.
João Ribas referiu que sempre teve uma grande vontade e energia de dar o seu contributo à missão e à visão de Serralves. “Sempre achei que tinha alguma coisa para fazer e para dizer e, quando tive a oportunidade de me candidatar, fi-lo”.
João Ribas, 38 anos, nasceu em Braga, viveu desde a infância, quase sempre nos Estados Unidos, onde encetou a carreira de curadoria no PS 1, uma afiliada ao Museu de Arte Contemporânea de Nova Iorque (MoMA), com a historiadora Carolyn Christov-Bakargiev, tendo depois trabalhado instituições como The Drawing Center, em Nova Iorque, e no MIT List Arts Center, em Cambridge, de onde partiu para assumir o cargo de adjunto da anterior directora do Museu de Serralves, Susanne Cotter, por convite desta.
Nos Estados Unidos, Ribas recebeu, durante quatro anos seguidos, de 2008 a 2010, os prémios de melhor exposição da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), e Emily Hall Tremaine (2010).
No final de Setembro, a Fundação de Serralves anunciou a abertura de um concurso internacional “para selecção de um novo Director do Museu de Serralves, dado que o período de cinco anos” acordado com a anterior directora, terminava no último dia de 2017.
“Com o aproximar das comemorações 30/20 em 2019 - 30 anos da Fundação de Serralves e 20 anos do Museu -, abre-se um novo ciclo que terá como pontos altos o reforço da projecção nacional e internacional de Serralves, o projecto de instalação e dinamização da colecção Joan Miró e a abertura da Casa de Cinema Manoel de Oliveira”, acrescentou a fundação, que ressalvou então a manutenção de “uma ligação” de Cotter à instituição, nos primeiros meses deste ano, para acompanhar “a programação do Museu”.
Susanne Cotter é, desde 1 de Janeiro, directora do Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean (Mudam), no Luxemburgo.