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Marcelo avisa que se deve aprender com o fracasso da Liga das Nações

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O Presidente português avisou hoje que se deve aprender com o fracasso da Liga das Nações, que não evitou a II Guerra Mundial, e que “ninguém é uma ilha”, pedindo apoio à Organização das Nações Unidas (ONU).

Perante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o afastamento dos Estados Unidos da América e a entrada tardia da União Soviética para a Liga das Nações, de que aquela organização “nunca recuperou”, vendo crescer “lideranças hipernacionalistas, xenófobas isolacionistas e unilateralistas”.

“Sabemos onde foi parar o mundo, porque há precisamente 80 anos começava a II Guerra Mundial. O que era a promessa de há cem anos convertia-se numa hecatombe, 20 anos após. Vale a pena parar um minuto para retirar as lições desse passado ainda próximo, agora que estamos a entrar nos 75 anos de vida das Nações Unidas”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falou em português, reforçou esta mensagem no final da sua intervenção neste debate geral da 74.ª Assembleia Geral da ONU, em inglês: “Só aqueles que não conhecem a História e, por isso, não se importam de repetir os erros do passado, minimizam ou relativizam o papel das Nações Unidas”.

“Nesta sala, felizmente, somos todos patriotas. Porque amamos as nossas terras, e desejamos. E o melhor não é ignorar o mundo em que vivemos, e em que dependemos. Nós, patriotas, nós sabemos que precisamos de mais, e não de menos, Nações Unidas”, acrescentou.

O chefe de Estado português falou de patriotismo depois de ter ouvido o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, dizer, na sessão de abertura deste debate geral, que “o futuro não pertence aos globalistas, mas aos patriotas”.

Marcelo Rebelo de Sousa contrapôs que os líderes devem ser “não só multilateralistas”, como “verdadeiros patriotas das nossas próprias pátrias”.

“Ser-se patriota é ter-se orgulho no passado, é ter-se orgulho nas raízes, é ter-se orgulho na História própria, mas é também ter-se a exata noção de que o mundo é como é, e de que os outros têm direito a ter orgulho nas suas próprias pátria. E que o mundo, onde não há ilhas, é fruto do diálogo do encontro, da permanente conjugação entre o espírito patriótico de todos e cada um de nós”, defendeu.