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Tempo de Mudança I

Não podemos deixar que nos controlem e mandem nos nossos destinos

Os meses que aí vêm, pelos três atos eleitorais que vamos viver, serão muito trabalhosos, competitivos, exigentes e de muita desinformação. Haverá tendência para deturpar a realidade, ver o copo “meio vazio”, falar inverdades, esquecer o passado e passar por cima das coisas boas e positivas.

O que se pede é elevação, seriedade, correção de análise, independência e um verdadeiro sentido de Estado. Em tudo. Nos comportamentos, nas análises e opiniões.

A responsabilidade social na gestão pública, de coordenação política e definição dos destinos da nossa Ilha, não se compadecem, nem devem ser feitos por detrás de selfies, fotografias e redes sociais.

O contacto humano é vital e essencial. Precisamos de responsabilidade, sentido de Estado, ideias claras, vontade de fazer, lutar pelo Nosso Povo, pelos nossos interesses. Não podemos deixar que nos controlem e mandem nos nossos destinos. Nas nossas vontades. Não precisamos que nos venham ensinar a fazer. Quem desenvolveu e lutou por esta Madeira desenvolvida, foi o Povo Madeirense. Com o nosso esforço e trabalho árduo. Com a conquista da nossa Autonomia.

A melhor forma de enfrentar os desafios do futuro é perceber o nosso passado. Respeitá-lo e ter nele, um estímulo à nossa vontade de ir mais além, de continuar a lutar pela nossa Autonomia, pelos nossos direitos e pelo nosso desenvolvimento. Nunca poderemos aceitar que nos moldem aos interesses dos outros e muito menos poderemos aceitar que nos venham dizer como fazer, apenas pela vontade de conquistar o poder pelo poder. O verdadeiro poder, está no Nosso desenvolvimento e na Nossa qualidade de vida, que transmitimos e conquistamos para o Nosso Povo.

Há 40 anos que lutamos pelo nosso desenvolvimento. Conquistamos com a ajuda de todos os madeirenses o direito por igual, à educação, à saúde, a melhores condições de vida e á saída do subdesenvolvimento em que nos encontrávamos na década de 70. Graças à Nossa Autonomia e democracia social, demos esperança e fizemos um tempo de mudança.

O que está em jogo nos próximos tempos é a escolha por parte de todos os cidadãos madeirenses, que caminho querem para a Madeira. Se o continuar do nosso desenvolvimento e autonomia pela defesa dos nossos interesses ou se queremos uma Madeira subjugada aos interesses de Lisboa e do Terreiro do Paço, olhando para a Madeira como uma colónia onde se vão lembrar e apresentar soluções apenas em períodos eleitorais.

Estes últimos tempos, têm sido bem o exemplo de tudo isto. Nunca tantas promessas foram feitas. Mas não passam disso mesmo. Promessas e um constante adiar de soluções concretas. Passam meses e anos e nada se decide, nem soluções são apresentadas, nem mesmo com murros na mesa! Estamos fartos de retórica. Estamos fartos de um Estado que tem o descaramento de tratar os Madeirenses como portugueses de segunda. Ficou bem expresso com a apresentação do Plano Nacional (?) de Investimento feito pelo Sr. Primeiro Ministro e PS, onde até 2030 (?) farão investimentos de 20 mil Milhões de euros. Nem um cêntimo ou qualquer investimento será feito na Madeira ou Porto Santo. É este o Estado que queremos? Dependente e isolado do Continente e do Mundo? Querem um povo controlado, subjugado e manietado? Porque lhes incomoda tanto o nosso desenvolvimento e Autonomia?

Sejamos todos, portadores de um espírito de liderança, de vontade de lutar pela defesa dos nossos direitos, com garra e determinação. E nada de sermos controlados por Lisboa.

O nosso tempo de mudança começou há 40 anos e ainda tem muito por fazer e conquistar. Pelo Povo Madeirense e com o Povo Madeirense.