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Militares franceses vão manter-se na Síria

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A França “permanece” militarmente envolvida na Síria, disse hoje a ministra dos Assuntos Europeus francesa, Nathalie Loiseau, após o anúncio da retirada das tropas dos Estados Unidos estacionadas naquele país em guerra.

“Neste momento, vamos permanecer na Síria”, disse Nathalie Loiseau ao canal de notícias CNEWS, quando questionada sobre a retirada norte-americana anunciada na quarta-feira pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“A luta contra o terrorismo não acabou”, declarou Nathalie Loiseau, referindo-se ao “ataque terrorista em Estrasburgo”, no nordeste da França, que na semana passada matou cinco pessoas e feriu outras 11, algumas destas ainda em estado grave.

Para a ministra dos Assuntos Europeus, no entanto, a luta contra o terrorismo “fez grandes progressos”.

“É verdade que tem havido muitos progressos na Síria com a coligação, mas esta luta continua e vamos manter a sua realização”, afirmou Nathalie Loiseau.

“O Estado Islâmico (EI) não foi apagado do mapa e nem as suas raízes em outros lugares”, sublinhou na rede social Twitter a ministra das Forças Armadas de França, Florence Parly.

Para a ministra Florence Parly, “é preciso vencer militarmente de maneira definitiva nos últimos bastiões desta organização terrorista”, reconhecendo que o “EI está mais frágil do que nunca”.

“O EI passou à clandestinidade e em modo de insurreição na forma em como combate. O EI perdeu mais de 90% do seu território e não tem mais a logística como havia no passado”, disse a ministra das Forças Armadas.

Na Síria, a França participa na coligação internacional, sob o comando dos Estados Unidos, com aviões de combate estacionados na Jordânia e com artilharia na fronteira iraquiana com a Síria em apoio às Forças Democráticas da Síria, uma coalizão árabe-curda.

A França também nunca confirmou oficialmente a liderança das forças especiais no terreno, mencionada pelo Pentágono.

A decisão unilateral dos Estados Unidos “faz-nos pensar ainda mais sobre a necessidade de autonomia de decisão, autonomia estratégica na Europa. Isso mostra que podemos ter prioridades diferentes” (dos Estados Unidos), disse Loiseau.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou na quarta-feira a retirada das tropas dos Estados Unidos estacionadas na Síria, dizendo que havia derrotado o grupo do Estado Islâmico, uma decisão que provocou estupefação e protestos no seu próprio país.

Cerca de 2.000 soldados dos Estados Unidos estão atualmente no norte da Síria.