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Milhares de espanhóis saem à rua na segunda-feira para exigir fim da violência sexista

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Milhares de pessoas deverão participar na segunda-feira, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, em comícios e manifestações em cidades de toda a Espanha para exigir o fim da violência sexista.

Os grupos feministas que promoveram as manifestações lembram que, desde 2013, foram assassinadas em Espanha 1.027 mulheres pelas mãos dos seus companheiros ou ex-companheiros, das quais 51 foram mortas já este ano.

Os protestos visam exigir “uma mudança nas políticas e um compromisso de toda a sociedade para acabar com a violência sexista”, afirma a Federação Estatal de Organizações Feministas, que apela aos espanhóis para saírem à rua no dia 25 de novembro.

“A violência contra as mulheres é a manifestação mais brutal da desigualdade existentes na nossa sociedade como consequência das relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens”, afirmou o Governo espanhol na declaração aprovada na sexta-feira por ocasião do Dia Internacional Contra a Violência Sexista.

Em França também se assinalou esta data, no sábado, com cerca de 30 manifestações em várias cidades francesas para protestar contra a violência sexual e de género, que já causou a morte a pelo menos 116 mulheres desde o princípio do ano.

Dados avançados na sexta-feira pela Comissão Europeia indicam que uma em cada três mulheres na União Europeia (UE) já foi vítima de violência física ou sexual.

“A violência exercida contra as mulheres e raparigas representa uma violência contra toda a humanidade que já não deveria ter lugar na Europa nem no resto do mundo, mas todos sabemos que, não obstante o nosso empenho, ainda estamos longe de vencer este desafio”, admitiu, em comunicado, a vice-presidente da Comissão Europeia e Alta Representante da UE para Relações Externas e Política de Segurança, Federica Mogherini.

De acordo com a responsável, “a dimensão do problema continua a ser alarmante”, já que, na Europa, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física e/ou sexual” e que, “na UE, praticamente todas as vítimas de tráfico para fins de exploração sexual são mulheres ou raparigas”.

“A violência contra as mulheres manifesta-se em qualquer lugar, não existindo um lugar seguro, nem mesmo em casa. Bem pelo contrário. As mulheres são vítimas de violência tanto na sua própria casa como no local de trabalho, nas escolas e universidades, na rua, em situações de trânsito e migração, e cada vez mais na Internet através da violência em linha e do incitamento ao ódio”, refere Federica Mogherini.