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Mais de 200 mortos devido às chuvas em Angola desde Agosto

FOTO LUSA
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O balanço provisório oficial da época das chuvas em Angola, entre 15 de agosto de 2018 e 2 deste mês, dá conta da morte de 209 pessoas, 100 delas por descargas eléctricas, segundo dados do Governo divulgados hoje.

O relatório, a que a agência Lusa teve acesso, foi analisado hoje numa reunião da comissão de secretários de Estado do Governo de Angola, no âmbito do Quadro de Recuperação Pós-Seca 2018/2022 e da Época das Chuvas iniciada em agosto de 2018.

Segundo o documento, 101 das mortes ocorreram por afogamento e as restantes oito por soterramento após o deslizamento de terras, tendo as chuvas provocado ainda 350 feridos e afectado 23.784 famílias, correspondentes a 114.463 pessoas.

As fortes chuvas que foram caindo em Angola desde agosto de 2018 destruíram também 3.829 residências, danificaram outras 6.038 e inundaram 13.897. A força das águas destruiu também 85 igrejas (inundou 16), 98 escolas (34), nove centros médicos (um danificado).

Segundo o relatório, as chuvas e as inundações provocaram também a morte de 137 cabeças de gado, a destruição de 7.553 hectares de lavras, de quatro pontes rodoviárias.

No documento, as autoridades angolanas estimam os prejuízos em quase 3.000 milhões de kwanzas (8,3 milhões de euros), destacando que a província do Huambo foi a mais afectada (47 mortes), seguida da de Benguela (38).

Nas recomendações, o relatório da Comissão salienta a necessidade de se criar um “mecanismo único de coordenação” da resposta institucional, devendo obter dados em tempo real, “afastando a dispersão e a pluralidade de órgãos que realizam tarefas semelhantes”.

Por outro lado, o documento defende que seja ampliada a cobertura dos sistemas de pré-aviso contra as cheias, inundações e alterações climáticas e uma campanha de sensibilização “mais eficaz” sobre o fenómeno das descargas atmosféricas nas comunidades rurais.